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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Sem poder plantar soja, muitos produtores optam pelo milho

Cultivo aumentou no Paraná e nas regiões de Beltrão e Pato Branco.

 

Lavoura de milho plantada próxima da cidade de Beltrão.
Foto: Flávio Pedron/JdeB

O agricultor Celso Fantin, de Tatetos, Flor da Serra do Sul, plantou um hectare de milho na safrinha – segunda safra 2016-2017. A produção será usada como silagem para alimentar o rebanho de bovinos de leite da sua propriedade. “Tá em fase de bonecamento (enchendo grãos)”, conta Celso. 

De um modo geral, a produção da safrinha no Sudoeste e no Paraná será vendida para as cerealistas e fábricas de ração. A produção da primeira e segunda safras deste grão não atende à demanda das indústrias de rações da região Sudoeste. Como há uma grande plantel de suínos, bovinos e aves por aqui, muitas indústrias recorrem aos produtores do Mato Grosso do Sul para fazer frente à demanda. 

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Soja proibida
Como a segunda safra de soja está proibida por determinação da Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar), muitos produtores rurais do Paraná decidiram plantar milho, feijão ou adubação verde (aveia e azevém). O milho foi uma das culturas preferidas pelos agricultores para a safrinha. 
Na safra passada, na região de Francisco Beltrão foram plantados 40.650 hectares com produção de 280 mil toneladas. Na safrinha deste ano o cultivo foi 50% maior, com 87 mil hectares. A produção esperada pode chegar a 435 mil toneladas – 46% maior. “O milho de segunda safra, se correr tudo bem, vai superar os resultados da primeira safra”, diz Ricardo Kaspreski,   agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab) de Francisco Beltrão. Na primeira safra a produção chegou a 389 mil toneladas. 
Na região de Beltrão-Dois Vizinhos, as lavouras estão em boas condições, 55% delas se encontram em desenvolvimento vegetativo, 30% em maturação e 15% em frutificação. Os produtores devem começar a colheita no final de maio. 
Pato Branco também aumentou
Na região de Pato Branco foram plantados 30 mil hectares, um crescimento de 50% na área. A produção poderá chegar a 195 mil toneladas, crescimento de 76% em relação à colheita da safrinha do ano passado. 
O cultivo na região Sudoeste corresponde a 5% do estimado para o Estado. No entanto, o crescimento na área – computadas as regiões de Beltrão e Pato Branco – a variação chegou a 28%.

Cultivo no Estado
Nesta safra, a área de cultivo no Paraná aumentou 7% em relação à safrinha de 2015-2016, com 2.350.592 hectares. O plantio desta cultura já foi concluído no Estado. No ano passado foram colhidas 10.173.936 toneladas. Para esta safra, se o tempo colaborar, a produção poderá atingir 13.665.541 toneladas. Se confirmar esta colheita, ela poderá ser 34% maior que a obtida na safra 2015-2016.  

 

Custo de produção continua alto

Apesar da perspectiva de uma grande produção de milho na safrinha, o custo de produção continua alto. O custo médio por hectare foi estimado em R$ 3.016 pelo Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab). A saca de 60 quilos, no momento, está sendo comercializada na faixa de R$ 20 a R$ 22 no Paraná. Mas o custo de produção, por saca, está estimado em R$ 37,70. 
Os agricultores, no entanto, já sabem que o custo para produzir o milho é maior em relação à soja. Muitos plantam milho ou feijão, na segunda safra, para fazer a rotação de cultura. 
Por isso, o produtor que está apostando na cultura do milho precisa produzir com escala, isto é, tem que ampliar a área para ter ganhos na colheita. Em termos mundiais, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos prevê que a produção mundial deve chegar a um bilhão de toneladas. Haverá uma recuperação na disponibilidade do grão em 7,4% em relação à safra passada.  

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