Agradeço desde já sua atenção e, em nome das empresas associadas ao Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), gostaria de compartilhar algumas informações sobre o nosso setor que não são considerados na reportagem Em Beltrão, no seminário regional debate estratégias sobre o uso de agrotóxicos, veiculada no Jornal de Beltrão (PR), em 6 de agosto de 2014, especificamente no trecho: “Nos próximos dias, uma equipe da 8ª Regional irá visitar alguns municípios da região onde existe índice maior de utilização de agrotóxicos, principalmente os que têm maior presença de produção de fumo, que utiliza agrotóxicos mais fortes.”
Considerando que a atividade jornalística deve se basear na imparcialidade da informação, à luz de fatos e dados, gostaria de solicitar o esclarecimento sobre a fonte destes dados, o embasamento para a afirmação em si. São inúmeras as ações deste setor que passam despercebidas pela sociedade por falta de conhecimento. Entre os mitos que a mídia continua perpetuando sem qualquer embasamento está a questão do alto uso de agrotóxicos pela cultura do tabaco.
Apresento pesquisas baseadas em dados oficiais do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para esclarecer o assunto. Ao contrário do que foi divulgado, o tabaco brasileiro é o produto comercial agrícola que menos utiliza agrotóxicos, o que pode ser comprovado pelas pesquisas realizadas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), em 2012, e da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única), em 2007.
Outra afirmação que incomoda o setor é a de que “utiliza agrotóxicos mais fortes”. É absolutamente incorreto afirmar que a produção de tabaco emprega agrotóxicos mais fortes.
Isso porque os produtos empregados estão registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em categorias toxicológicas. A maioria dos produtos está enquadrada nas classes III e IV, medianamente tóxico (faixa azul) e pouco tóxico (faixa verde), respectivamente.
O Brasil é hoje o 2º maior produtor e o 1º no ranking mundial de exportações de tabaco em folha. O Sistema Integrado de Produção do Tabaco é responsável por esta liderança, pois prima pela qualidade e a integridade do produto, com assistência técnica gratuita aos produtores. Esta liderança também está relacionada à produção sustentável do tabaco no País, com ações relacionadas à saúde e segurança do produtor, preservação do meio ambiente e proteção da criança e do adolescente.
O setor de tabaco tem, há muitos anos, dado atenção especial à saúde e segurança do produtor, orientando-o por meio da mídia (campanhas via televisão e rádio), distribuição de cartilhas e seminários, bem como colocando à disposição Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para aplicação de agrotóxicos e vestimenta específica para a colheita do tabaco. Em 2014 encerramos o 6º Ciclo de Conscientização sobre saúde e segurança do produtor e proteção da criança e do adolescente. Em seis edições, os seminários reuniram 15 mil pessoas na Região Sul do Brasil, levando informação aos produtores integrados sobre estes temas. No Paraná, os seminários já foram realizados em Irati, Piên, Planalto, Prudentópolis, Rio Azul, Rio Negro, São João do Triunfo e São Mateus do Sul.
Finalizo reiterando o convite para conhecer pessoalmente a realidade da produção de tabaco no Paraná, tanto nas indústrias, quanto no campo, e colocando-me à disposição em futuras pautas sobre o setor, para podermos ampliar e qualificar a informação.
Atenciosamente,
Iro Schünke
Presidente do SindiTabaco
Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco – RS