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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Sudoeste plantou mais soja, mas estiagem fez a produtividade cair

Agricultura

Colheita de soja na área do entorno da rodoviária de Beltrão. Com a valorização do grão, áreas de plantio expandiram.

Produtores da região estão investindo no nivelamento de áreas, abertura de novos espaços cultiváveis e transformando pastagens em lavouras. É o que apontam dados do Deral da Seab sobre a safra 2021. O órgão identificou mais áreas destinadas à produção de soja na última safra em diversos municípios, registrando um crescimento geral de 10 mil hectares no Sudoeste. 

A valorização do grão atraiu o interesse dos produtores, segundo o técnico Antoninho Fontanella, do escritório regional da Seab em Beltrão. “Muitos agricultores que tinham áreas de pastagens e criavam gado transformaram em lavouras, outros abriram novos espaços em locais de capoeira, porque o preço da soja nunca esteve tão bom”, diz. Somente na região de Beltrão, foram cerca de 14 mil hectares a mais plantados na última safra. Já na região de Pato Branco, foram quatro mil a menos. Fontanella calcula que, se houver interesse dos produtores, cerca de 50 a 70 mil hectares podem ser facilmente convertidos em lavouras já para a próxima safra. 

Cautela
Muitos produtores calculam bem a expansão porque, apesar da boa remuneração, os custos do plantio aumentaram e nem sempre dá para contar com o tempo para garantir uma boa colheita. Em 2020, ano em que a estiagem foi mais severa, “teve poucas chuvas, mas nos momentos certos para dar sustento ao desenvolvimento das lavouras”, avalia Ivano Carniel, do Deral da Regional de Pato Branco. 

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No ano passado, muitos agricultores apostaram e plantaram no solo seco: a chuva foi suficiente para uma boa safra, mas prejudicou quem plantou mais tarde e o desenvolvimento das plantas. Em algumas áreas tardias, foi colhido apenas 15% do previsto. “Essa irregularidade da condição climática afetou a produtividade, pois a fase mais crítica da estiagem ocorreu na fase de desenvolvimento das plantas. O resultado foi um rendimento de 300 quilos a menos por hectare do que na safra anterior, algo em torno de 7 a 8 por cento”, detalha Carniel, referindo-se aos resultados da microrregião de Pato Branco, que congrega 14 municípios.

Já na regional de Beltrão, a queda de produtividade entre as safras foi menor: cerca de 100 kg/ha. O produtor Dalírio Furlan sentiu o impacto da estiagem na hora da colheita. Ele e o irmão plantam em cerca de 70 alqueires no interior de Beltrão e viram a produção de soja cair cerca de 25%. “Tinha área que colhia perto de dois mil sacos e deu só mil e quatrocentos. Assim foi em quase todas as lavouras que a gente trabalha”, comenta.

Já que os produtores não têm controle sobre o tempo, para aproveitar a alta do grão e garantir melhores resultados Dalírio optou por investir em tecnologia e comprou novas máquinas para trabalhar outras culturas nas lavouras.  Expansão da produçãoMesmo com a retração, Fontanella acredita que essa tenha sido uma boa safra devido aos agricultores estarem utilizando técnicas avançadas, insumos de qualidade e tecnologia. Ele cita que cerca de 40% da produção regional foi vendida antecipadamente, abaixo dos R$ 100 a saca, mas, como o preço se mantém atrativo, novas lavouras devem surgir. “O que está faltando é alinhar o tempo, se isso ocorrer, teremos muitos produtores colhendo entre 80 e 100 sacas por hectare”, pontua. 

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