Para o presidente da Associação Regional, já é possível planejar o futuro na propriedade.
JdeB – Se os produtores da região Sul reclamam da queda nos preços da saca do milho – caiu para R$ 18 em média -, os suinocultores comemoram porque o cereal é um dos mais importantes componentes da ração fornecida às criações de suínos. Menor preço da saca de 60 quilos de milho significa menor custo de produção para as granjas e maior remuneração para os produtores.
No entanto, ao avaliar a rentabilidade do setor, o presidente da Associação Regional de Suinocultores do Sudoeste (ARSS), Jacir Dariva, diz que é preciso levar em conta os custos com a mão de obra. A redução do número de trabalhadores rurais vem impactando no setor primário. Menos gente disponível resulta em pagamentos maiores para trabalhadores fixos ou diaristas. Por isso, Jacir acrescenta que “a rentabilidade não é aquela que se imagina; mas o pessoal tá se mantendo”.
A redução nos preços do milho e uma melhoria nos valores pagos pelo suíno vivo possibilitaram um alívio ao setor. “A gente tá recuperando o que tivemos de prejuízos de dois a três anos (2011-2012); todo mundo teve de ir para os bancos”, lembra.
Nos dois anos de crise, o mercado estava com excesso de oferta e demorou meses para que houvesse um equilíbrio entre oferta e demanda. Os frigoríficos compraram grandes quantidades de animais a baixo custo. Teve produtores que descartaram suas matrizes para reduzir os custos e prejuízos.
Para este ano, Jacir prevê que em 2014 a rentabilidade deve se manter estável e o suinocultor passará a ter condições de pagamento. “O suinocultor não tinha condições e hoje ele começa a respirar aliviado em relação ao que aconteceu no passado”, comenta. O produtor pode pagar suas dívidas e planejar o que vai fazer no futuro em sua propriedade.
Jacir diz que os produtores estão mais contentes com a atividade, “mas com uma herança negativa”. No pior período da crise, o governo federal se viu obrigado a liberar linhas de crédito para que os produtores pudessem saldar seus débitos com os credores. Isso ocorreu depois de intensas negociações das associações estaduais e brasileira de criadores de suínos.
Atualmente, a região conta com aproximadamente 60 mil matrizes – a cada gestação cada uma da à luz a dez ou 14 leitões. O número de leitoas é maior que na última crise – à época havia cerca de 53 mil matrizes -, mas houve uma redução no número de criadores. Os que ficaram mantiveram o alto padrão tecnológico e ampliaram suas matrizes.
Nos últimos anos, houve uma mudança na configuração da atividade no Sudoeste. As empresas integradoras ampliaram o número de suinocultores parceiros que produzem leitões para engorda para a região Oeste (Coopavel, Cooperativa Frimesa, BRF e Larissa). Na crise de 2011-2012, os produtores independentes tiveram prejuízos imensos. “Hoje, o independente é quem tá ganhando dinheiro, ele faz toda a logística [o ciclo]”, salienta Jacir Dariva.