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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

SAFRINHA DA REGIAO

Vírus do mosaico causam prejuízos nas lavouras de feijão

Pesquisadores do IDR-Iapar de Londrina estiveram na região para coletar amostras do grão que serão levadas para análise no laboratório.


Pesquisadores estiveram em lavouras de DV e São Jorge. Foto: Assessoria.

Os vírus do mosaico dourado e rugoso estão afetando as lavouras de feijão da região do Vale do Iguaçu. Os prejuízos para alguns produtores na safrinha (segunda safra 2024-2025) podem chegar a 100%. Em virtude disso, na última semana, pesquisadores do IDR-Iapar de Londrina estiveram na região coletando plantas de feijão que serão submetidas ao ataque de moscas brancas, no sistema de pesquisas, para emitir um laudo. Em caso positivo de ataque e transmissão dos vírus, os produtores que financiaram as lavouras poderão usar como argumento para solicitar a indenização pelo seguro agrícola.

“Na última semana recebemos a equipe de pesquisa do IDR Paraná que trabalham na área de feijão e estivemos visitando algumas lavouras em Dois Vizinhos, São Jorge D’Oeste que apresentaram sintomas do vírus. Vale ressaltar que o problema está em toda a região Vale do Iguaçu, onde algumas plantas apresentaram sintomas severos de encarquilhamento de folhas, enrolamento de folhas, subdesenvolvimento de plantas e o que foi constatado é que são dois tipos de vírus: o mosaico dourado e o vírus rugoso. São dois vírus causados por transmissão da mosca branca e pela vaquinha, respectivamente. Foi feita a avaliação em campo, coletamos materiais nas lavouras para identificação em laboratório. As amostras foram levadas acondicionadas pra Londrina e, nos próximos dias, vamos confirmar os agentes causadores das doenças e emitir um laudo em parceria com o IDR local para atestar a ocorrência dessas doenças. Também constatamos a campo efeitos de fitotoxidade por excesso de produtos aplicados em um só tratamento. Um produtor chegou a fazer oito produtos misturados no tanque em um tanque, sabendo que temos pesquisas que apontam e comprovam que a mistura de produtos demais acaba perdendo a eficiência e tendo potencial de causar danos às plantas”, disse Vinicius Coletti, engenheiro agrônomo do IDR-Paraná que acompanhou os pesquisadores de Londrina.

O que fazer?

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Vinicius apontou algumas ações que podem diminuir a incidência dos vírus. “Uma saída é buscar materiais mais tolerantes aos vírus. Outra constatação é que o vírus chegou após a floração na maioria das lavouras, o que levou a produção da parte basal ter vagem e feijão, mas a partir do momento que a doença chegou, desse ponto do desenvolvimento em diante, não houve mais produção nas áreas afetadas. Além da resistência aos vírus, outra saída é a rotação de cultura, com espécies diferentes que não serão hospedeiros dessas doenças durante as safras. Se você plantar diversas plantas hospedeiras dessas doenças, atacadas pelas mesmas pragas, esses vírus vão continuar circulando.”

Coletti completou que um inverno rigoroso também pode diminuir a incidência dos vírus.

“Uma situação semelhante já aconteceu na região de Prudentópolis há alguns anos, em um cenário bem parecido com esse que estamos tendo aqui, mas que depois, no ano seguinte, após inverno rigoroso, foram controlados os insetos e não tivemos mais incidência dos vírus na escala que foi vista no ano anterior”, concluiu.

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