Joaquim nasceu em 26 de março e foi internado no Hospital Regional do Sudoeste em abril. Depois de sete meses de tratamento intenso foi pra casa.
A intenção era esperar, disseram os médicos à empresária Daiane Macari, de 24 anos. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Regional do Sudoeste (HRS) ainda não havia sido inaugurada em março de 2011 e seria o local mais adequado para que seu filho nascesse. A gestação estava no sétimo mês, mas apresentava complicações desde a fase embrionária, com diversas ameaças de aborto que nem Daiane consegue mensurar. No dia 22 daquele mês, com 31 semanas, a situação complicou devido a um deslocamento da placenta que sofrera ainda nas 13 semanas de gestação, que restringiu o espaço de crescimento do bebê e que agora sufocava a criança. Internada às pressas em um hospital da cidade de Pranchita, ela logo foi transferida ao Hospital São Francisco, em Francisco Beltrão, onde deveria ser acompanhada até a cesária que os médicos queriam realizar no HRS. Mas não pode esperar.
“No dia 26 de março de 2011, que foi em um sábado, nós tivemos que fazer a cesária. Os médicos, vendo um dos exames, que era feito logo pela manhã, viram que não tinha mais tempo, não tinha mais como esperar. Então no dia 26, às 15h05, o Joaquim nasceu”, lembra Daiane, que hoje comemora o nono aniversário do filho com uma garotinha de dois meses no colo e o marido, empresário Mauro Antônio Moresco.
“A gente imagina ter filhos, mas nunca imagina nessa situação”, desabafa. “Várias vezes os médicos me deram a oportunidade de interromper a gravidez, pois falaram que não daria certo, que seria uma gravidez bem conturbada, que não chegaria ao fim a gestação e deram a oportunidade para abortar. Nenhuma das vezes eu aceitei. Falei que se fosse pra perder era Deus que iria tirar e eu ia levar do jeito que fosse até aonde Deus quisesse que a gestação seguisse”.
Da gravidez aos primeiros meses de vida, Daiane viveu a luta pela vida do filho ao lado da equipe médica do HRS. Cirurgiã pediátrica, Mary Angela Sabadin estava no hospital naquela época. Como conduta, sempre adotou a postura de transmitir aos pais do paciente expectativas realistas, mas Joaquim pareceu um caso à parte. Isso porque, segundo ela, “a torcida do Joaquim deve ter dado quase um Maracanã”.
“Nossos laços com o Joaquim e sua família sempre se manterão”, diz Mary Angela. “Tenho certeza que toda equipe que se envolveu nos cuidados do Joaquim jamais o esquecerá. Assim como no meu, ele anda de pantufinhas no coração de todos.”
Os detalhes dessa história e como a família e equipe médica lutaram até o fim pela vida do Joaquim serão publicados no caderno de Saúde do Jornal de Beltrão, no dia 7 de abril.

Joaquim, ou Joca, foi o primeiro filho do casal Mauro Moresco e Daiane Macari. Na foto, Mauro, Joaquim, Daiane e Júlia Olívia Moresco, na barriga.
Segunda filha do casal completou dois meses no dia 24 de março.