No Sudoeste, 643 funcionários públicos foram identificados entre os beneficiários.
Dos mais de 10 mil servidores municipais que podem ter recebido ilegalmente o auxílio emergencial do governo federal, ao menos 101 são de Francisco Beltrão. A informação está numa lista que integra o processo do TCE (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) em conjunto com a CGU (Controladoria Geral da União) e que identificou o recebimento indevido do auxílio de R$ 600 por funcionários de prefeituras – contrariando um dos critérios para ter acesso ao benefício.
A lista contém somente o nome das prefeituras onde os servidores trabalham, o número de beneficiários que podem estar envolvidos na fraude (não há nomes) e a forma em que o benefício foi concedido (se por meio do CadÚnico, Bolsa Família ou solicitação via aplicativo).
No Sudoeste, servidores de 39 prefeituras foram identificados como beneficiários do auxílio. Ao todo, são 543 funcionários públicos somente nos municípios da região, segundo levantamento do JdeB. Mais detalhes estarão na edição impressa do Jornal de Beltrão de amanhã, sábado.
Apuração
A Amsop enviou hoje cedo nota à imprensa em que recomendou a investigação dos casos pelas prefeituras e reforçando que prefeitos e as administrações não estão envolvidos na suposta fraude. A entidade coletou algumas informações junto às prefeituras da região e identificou que em alguns casos já apurados os servidores receberam o benefício sem fazer qualquer solicitação, de forma automática, pois estavam inscritos no CadÚnico há anos.
Todos os pedidos do auxílio são processados pela Dataprev, com homologação do Ministério da Cidadania e conferência pelas instituições bancárias que efetuam os pagamentos. “A recomendação da Amsop é de que os gestores abram sindicâncias para investigar se houve infrações disciplinares dos servidores ao omitirem informações, se o auxílio foi depositado automaticamente ou se os dados dos funcionários foram usados por terceiros sem seu consentimento”, informa a nota.