Beltrão

Dr. Rubens no lançamento do seu livro Entre Jagunços e Posseiros.
O lucro do livro ele ofereceu à Amarbem, que naquele tempo tinha Dirceu Carneiro como presidente.
Assim que se formou médico, dr. Rubens da Silva Martins trocou Curitiba pelos matões do Sudoeste do Paraná. Chegou aqui em março de 1949. Veio como médico da Cango. Logo trouxe também a esposa, a também médica dra. Diva Sanson Martins.
Ele era uma pessoa exigente e organizada. E tinha um espírito muito crítico.
Seu olhar crítico voltou-se também para a Cango. Viu resultados positivos, mas viu também que – naquele tempo como hoje – há projetos que são criados com um objetivo e na hora da execução acontecem distorções. É o que se vê neste artigo que ele mesmo compilou, com trechos de seu livro “Entre Jagunços e Posseiros”, lançado em 1986.
O problema fundiário no Brasil envolve, historicamente, ações de violência e corrupção, exercidas, muitas vezes, sob as vistas complacentes e inoperantes do Poder Público que acoberta seus autores, a ponto de elaborar leis com o único propósito de lhes dar guarida. A criação de granjas-modelo, no Governo Vargas, a pretexto de atender ao reclamos de nosso homem do campo e de aprimorar a produção agrícola no País, ensejou, tão-somente, a concessão indevida de terras aos apaniguados da Ditadura, conforme se evidencia a seguir. Todavia, a implementação pelo mesmo Governo, de Colônias Agrícolas Nacionais, visando o aproveitamento de terras supostamente devolutas, ainda que feita de maneira atabalhoada, deixou no Paraná um saldo positivo, ao propiciar em 1945, a marcha rumo a nossas fronteiras com o Paraguai e a Argentina, promovendo a ocupação física e o aproveitamento de uma extensa e fértil região até então inexplorada. (…)
O chamado para a distribuição dos aludidos lotes era direcionado a ilustres personalidades, dentre as quais destacamos o então ministro Gustavo Capanema, o pintor Cândido Portinari, o general Valentim Benício e um provável parente deste, Osório Viana Benício. (…)
O processo de criação e implementação da Colônia Agrícola Nacional General Osório, à qual o Paraná deve o desbravamento e a colonização das ricas terras situadas ao sudoeste e seu território, não fugiu à regra.
Idealizada, inicialmente, para fixar na lavoura reservistas deslocados para as cidades em decorrência de convocação para a prestação do serviço militar obrigatório, passou a beneficiar também pessoas que não preenchiam tal requisito, muitas egressas de mocambos e de favelas, sem nenhuma noção sobre o cultivo da terra e, mais tarde, imigrantes de outras nacionalidades que, por força da lei, não poderiam estabelecer-se na faixa de fronteias em que a Colônia fora instalada. (…)
Na esteira da Cango, seguiram os pioneiros do Sudoeste, nem sempre afeitos ao cumprimento das leis e regulamentos, e atrás deles as companhias colonizadoras, os especuladores e os oportunistas; os pregadores e os falsos profetas; os bons e os maus políticos – os arquitetos de crises – e até os eternos “donos da verdade” e “salvadores da Pátria” …
Em meio ao conflito de interesses e paixões, surgiram aqui e ali os povoados que aos poucos cresciam, tomavam vulto e se emancipavam, vindo a construir as novas e prósperas comunas do “Paraná Maior” sonhado por Lupion e do “Paraná Melhor”, preconizado por Beto Munhoz da Rocha Neto.
A maioria dos homens que afluíram à região nos primórdios de seu desenvolvimento e colonização não o fizeram pelo bem do Paraná ou pela glória e grandeza do Brasil. Foram movidos, como os antigos bandeirantes, pela ambição e pela perspectiva de enriquecimento fácil, naquela extensa, fértil e inexplorada região, considerada por todos como “terra de ninguém”. Com o correr dos anos, arrefecido o ímpeto da largada, um novo sentimento os envolvia: o apego à querência, o justo orgulho pelas obras realizadas, o espírito comunitário, o interesse voltado para o bem comum e o desenvolvimento social. (…).”
Frota de veículos do município de Francisco Beltrão
1954 (65 anos atrás)
Caminhões………………………. 39
Ônibus…………………………….. 3
Auto-lotações……………………… 2
Caminhonetes…………………….. 7
Automóveis……………………….. 5
Jipes………………………………. 6
Motocicleta……………………….. 1
Bicicletas…………………………. 7
Carroças…………………………. 18
Total…………………………….. 88
Podia ter mais, mas esta era a frota que foi emplacada na Prefeitura.
Fonte: Dr. Rubens Martins
2019
Caminhões……………………. 2.384
Ônibus………………………….. 256
Auto-lotações……………………… ?
Caminhonetes…………………. 8.374
Automóveis………………….. 35.152
Jipes………………………………. ?
Motocicleta……………………. 8.745
Bicicletas………………………….. ?
Carroças…………………………… ?
Total…………………………. 63.789
Tem ainda motoneta (4.573), semireboque (1.320), reboque (1.058), trator (841), utilitário (773)… Fonte: Detran