Beltrão

Nos anos de 1960, os Irmãos Lassalistas formaram várias turmas como esta, no Ginásio La Salle de Francisco Beltrão. Eram jovens de 11 a 16 anos que estudavam em período integral.
Foto: Arquivo de Odila Krauspenhar
Uma vez – e não faz tanto tempo assim – não importava o sacrifício que custava a busca de uma nova profissão, através do ensino. A maioria cursava somente o primário. Ginásios, que correspondem ao atual fundamental do 6º ao 9º ano, eram raros, só havia em cidades maiores. Ou cidades que tinham o privilégio de um seminário. Foi o que aconteceu com Francisco Beltrão. Quase dez anos após sua instalação, o município recebeu um Ginásio La Salle, que era o sonho de muito garoto em estudar, pois o estudo representaria evolução, a alavanca para a conquista de um emprego na cidade, fugindo da vida dura da roça. Alunos da cidade também estudavam lá, os ditos externos, mas a mioria era de internos, os “juvenistas”. Disciplina rígida, aula em período integral, o aprendizado era excelente. Tanto que muitas lideranças vieram daqueles sistemas de ensino. E até hoje se encontra ex-alunos afirmando que tudo que aprenderam devem aos lassalistas. Passadas algumas décadas, analisa-se também o lado difícil para o aluno, como passar o ano inteiro longe da família. Bem o contrário de hoje, que há ensino fundamental, médio e superior ao alcance de todos e com total liberdade para sair e voltar pra casa o dia e hora que o aluno desejar. Por outro lado, se hoje tem a liberdade que faltava naquele tempo, falta a disciplina, que é essencial para o aprendizado. A disciplina está tão em falta que os pais de alunos acabam de aprovar a criação de escolas cívico-militares às centenas no Estado, sendo 13 em nossa região. Não cabe aqui opinar sobre qual o sistema ideal, ou mais correto, mas esses fatos mostram que o ensino vive em constante evolução. E se a educação é a base de tudo, está aí o maior desafio. Outra vez.
Neste caderno especial do 68º aniversário de Francisco Beltrão, reportagem especial sobre os lassalistas e a evolução do município, que está entre os maiores do Paraná. Também foi dado espaço para que as pessoas, nascidas aqui ou não, digam por que gostam de morar em Francisco Beltrão.