
Era o ano de 1999, no Bairro São Miguel. A então supervisora da Escola Madre Boaventura, Neiva Ampolini, andava em frente à instituição quando, por causa de uma calçada estreita e desajeitada, caiu e machuou seriamente uma das pernas. Enquanto sentia a dor de uma quase fratura e esperava alguma ajuda, Neiva olhou para o céu e prometeu que ainda conseguiria reformar a Escola Madre Boaventura e transformá-la em uma escola capaz de dar orgulho ao Bairro São Miguel. Sexta-feira, dia 18, mais de 15 anos depois, Neiva – hoje diretora da escola – finalmente viu sua promessa tornar-se realidade. Em um evento lotado de pais, alunos, professores, funcionários e autoridades, a direção e a administração municipal inauguraram a última parte do projeto ambicioso, que transformou uma pequena escola em um monumento que, nas palavras do secretário municipal de Educação, Viro de Graauw, “é a maior e mais bela escola de Francisco Beltrão”. A parte da escola inaugurada contempla as áreas do administrativo, da coordenação, a sala dos professores, a cozinha, almoxarifado, laboratório de culinária e um refeitório novo capaz de acomodar 400 crianças sentadas. No ano de 2000, Neiva assumiu a diretoria e começou a batalha. Primeiro, a direção conseguiu ajuda da sociedade e investiu em pequenas reformas para deixar a escola mais bonita, mais apresentável, “mas ainda não era suficiente”, garante a diretora. Em 2005, ela encontrou-se com o deputado Nelson Meurer (PP) e ele viabilizou uma verba para um projeto de ampliação da escola, mas o planejamento para começar a obra atrasou e só ficou pronto em 2009. No entanto, naquele ano, surgiu uma lei que dizia que todo diretor que já havia passado 10 anos no comando de uma escola deveria deixar o cargo. Assim, Neiva deu lugar a uma outra supervisora e o projeto voltou a esfriar. “Ninguém mais falou de construir escola.” Dois anos depois, contudo, a população do São Miguel chamou Neiva de volta e em encontro com o prefeito Wilmar Reichembach (2009-12), ela afirmou que só voltaria para a direção se pudesse cumprir a promessa. O prefeito se comprometeu, Neiva voltou à direção e as obras recomeçaram, mas a última parte da escola – a que foi inaugurada nessa sexta – havia sido retirada do projeto, e uma nova luta começou. A gestão da prefeitura mudou e Reichembach deu lugar ao prefeito atual, Antonio Cantelmo Neto (PMDB). Então Neiva foi correr atrás dessa obra e, segundo ela, o novo administrador municipal a recebeu de braços abertos com as palavras: “Neiva, você é uma guerreira, uma lutadora, então nós vamos fazer essa escola com tudo o que ela tem direito”. E foi assim que, nesse dia 18 de setembro, a diretora Neiva, os 70 funcionários da instituição e os mais de 600 alunos puderam contemplar uma escola nova, completa e capaz de dar uma boa educação para as crianças do Bairro São Miguel.
