Todos os dias há vagas disponíveis para PCDs.

Ezequiel foi à procura de uma vaga e fez a entrevista com o RH de uma empresa sem sair da Agência.
Foto: Leandro Czerniaski/JdeB
Morando há quatro meses em Francisco Beltrão, Ezequiel Pinheiro da Rosa ainda não conseguiu emprego. Ele convive com limitações de mobilidade causadas pela paralisia infantil e meningite e ontem foi até a Agência do Trabalhador em busca de uma vaga, dentro da campanha para encaminhamento de pessoas com deficiência ao mercado de trabalho. “Já trabalhei na área administrativa, de caixa, consigo fazer quase todas as funções como qualquer outra pessoa”, afirmou, enquanto aguardava a vez de ser chamado.
A ação aconteceu em agência de todo o Estado e em Francisco Beltrão o movimento surpreendeu: muita gente foi até o local em busca de uma vaga exclusiva para PCD (Pessoa com Deficiência). Ontem, somente cinco das 113 oportunidades disponíveis eram para este público, mas o RH de empresas foi até o local para buscar mão de obra e entrevistar candidatos, sem necessariamente formalizar as vagas no sistema. Uma intérprete de Libras intermediava a comunicação de surdos com os atendentes.
Todos os dias há vagas para pessoas com deficiência, mas a campanha é uma forma de também chamar a atenção para o tema, explica a chefe da Agência, Noely Thomé. “O preenchimento destas vagas acaba sendo mais difícil por uma série de fatores, principalmente quando envolve cegos, mas também com deficiências físicas, cognitivas e surdos. Por isso o mais importante para nós é dar visibilidade à capacidade das pessoas para as empresas e também nos colocarmos como um local de referência para PCDs que estão fora do mercado de trabalho”.
A contratação de pessoas com deficiência é opcional para empresas com até 100 funcionários. A partir daí, há um percentual que varia de 2 a 5%, dependendo do número de colaboradores. Ezequiel optou por uma vaga numa linha de produção e fez a entrevista sem sair da Agência. “Agora vamos aguardar pra ver”, disse, confiante.