Guilherme Suzin Pereira quebrou os dois braços em um acidente, em agosto. Sem dinheiro para pagar a reforma da moto, foi presenteado pelos amigos.

Cerca de 50 pessoas participaram da entrega da moto consertada no dia 19 de setembro.
Fotos: Divulgação
Cerca de 50 pessoas ajudaram a financiar o conserto da moto do motoboy Guilherme Suzin Pereira, de 27 anos, após ele sofrer um grave acidente em agosto, na cidade de Medianeira. A ação de solidariedade foi organizada por amigos em um grupo de WhatsApp e ocorreu em setembro, quando surpreenderam o jovem com a moto reparada, em sua casa. “Foi fantástico! Foi demais!”, diz Guilherme, que teve os dois braços quebrados e segue em tratamento para recuperar o movimento de um deles.
O acidente aconteceu na noite de 16 agosto, quando o motoboy retornava para a pizzaria em que trabalha depois de fazer algumas entregas. Era domingo e, ao passar pela Avenida 24 de Outubro, no Bairro Ipê, teve a preferencial invadida por um veículo Corsel. “Quebrei os dois braços e caí no chão convulsionando”, relembra Guilherme, quase dois meses após o acidente.
Foram quatro dias internado no hospital de Medianeira e cerca de outros 30 com gesso em ambos os braços. Quando retirou, ainda permaneceu com a suspeita de que um deles poderia ter os movimentos perdidos.
Com essa limitação, Guilherme não via a possibilidade de consertar a moto, com a qual há dois anos ajuda a manter os custos da casa com o trabalho de motoboy. O motorista do Corsel também não auxiliou o suficiente e o orçamento de R$ 5,5 mil para a reforma da moto com peças originais e de R$ 3,5 mil para outras peças também parecia inviável.

Solidariedade
Amigo de Guilherme, Douglas da Silva Finger, de 23 anos, que é vendedor e também trabalha como entregador, tomou a iniciativa de reunir conhecidos para ajudar o colega. A ação foi organizada em um grupo de WhatsApp, onde conseguiram arrecadar os valores suficientes. “Todos estávamos preocupados porque o Gui estava bem triste, chateado, desanimado. Estávamos com medo de um início de depressão e foi a motivação para fazermos isso”, conta Douglas.
Ele mesmo começou os consertos junto do cunhado de Guilherme e outro amigo, que é chapeador. Douglas só não conseguiu ajudar a equipe a terminar porque também sofreu um acidente, menos grave.

Entrega
No dia 19 de agosto, um sábado, a moto já estava pronta e o grupo organizou uma caravana até a casa de Guilherme. Emocionado, o jovem disse que dias antes cogitava buscar a moto, que acreditava ainda estar quebrada, já que não conseguiria pagar por seu conserto. “Eu escutei o barulho [das motos chegando] e foi fantástico! Foi demais! Foi uma solidariedade de vários amigos. Muitos motoboys.”
Os amigos arrecadaram cerca de R$ 3 mil e gastaram R$ 2,3 mil com o conserto. A diferença também foi dada a Guilherme para arcar com medicamentos e tratamento fisioterápico. “Eu estava chorando desde o momento que saímos de casa com a moto”, lembra Douglas. “Estávamos todos nervosos, ansiosos, mas foi a melhor sensação do mundo chegar e ver ele chorando de alegria por ter a moto que ele tanto amava de volta. Não tem dinheiro que pague ver ele parado, sentado, olhando para a moto, vidrado, como se não acreditasse que ela estivesse ali. Não tem palavras para explicar. Não tem dinheiro que pague.”
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