Indústria recebeu incentivos da Prefeitura e está funcionando no distrito industrial Ulderico Sabadin, no Padre Ulrico.

O proprietário Valdomiro Azzolini está mais otimista com o segmento: a fábrica produz cerca de cinco mil bolas ao mês e atende 152 cidades.
Foto: Leandro Czerniaski/JdeB
Desde agosto, uma das mais tradicionais fábricas de bolas da região está de volta a Francisco Beltrão. A indústria Soccer havia se transferido para Marmeleiro em 2013 e, com incentivos da Prefeitura beltronense, retornou ao município, onde foi fundada, há 19 anos. “Somos, hoje, a única indústria de bolas da cidade”, afirma o proprietário Valdemiro Azzolini.
Há cinco anos, a Soccer optou por se transferir devido a instabilidades quanto à continuidade de existência do condomínio industrial Conab, na Cango, onde a indústria estava instalada. Com a mudança para a cidade vizinha, a empresa teve que passar a realizar o transporte diário dos funcionários. O retorno aconteceu após negociações com o governo municipal: “Há algum tempo vínhamos tratando com Cleber [Fontana] e Inácio [Pereira] para vir para cá, o que foi possível graças à cessão do espaço para a gente poder trabalhar. Sou muito grato aos dois pelo incentivo”, destaca Azzolini. A área ocupada pela empresa é de propriedade da Prefeitura e possui 350 m2.
Além de desonerar a empresa pelo transporte e reduzir o tempo de deslocamento dos trabalhadores até a indústria, estar em Beltrão também melhora a logística de chegada de matéria prima e distribuição dos produtos da Soccer. A fábrica atualmente emprega seis funcionários diretos e ainda terceiriza parte da produção, envolvendo mais oito famílias.
Atualmente, a indústria confecciona oito diferentes modelos de bolas, desde as mais simples – de EVA – até versões com padrão oficial, tanto de futebol como de futsal e vôlei. A Soccer atende 152 cidades do Oeste catarinense e do Sudoeste do Paraná e ainda produz entre 4 e 5 mil bolas por mês, apesar da queda nas vendas. “O período de recessão nos afetou e também há uma questão cultural – bola é um bem supérfluo e hoje menos crianças brincam com elas – mas nossa expectativa é que deste ano em diante as coisas melhorem na economia e isso se reflita em nossos resultados”, diz o proprietário.
Incentivos às empresas são regidos por lei e seguem processo
A estimativa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (Semdetec) é de que, desde o início do ano passado, mais de 100 empresas tenham sido beneficiadas com algum incentivo da Prefeitura, seja por meio da cessão de espaço, de horas máquinas ou melhorias de acesso. A concessão dos incentivos, segundo o secretário da pasta, não é definida de forma pessoal pelo governo.
“Temos leis municipais de incentivo e fomento. As empresas que se enquadram e reivindicam esse apoio passam pela análise do Conselho Municipal de Trabalho e Emprego, há uma série de procedimentos e critérios e ainda a aprovação por representantes de diversos segmentos para esses benefícios”, explica o secretário Inácio Pereira. Segundo ele, o foco da Prefeitura tem sido as indústrias de transformação, “porque há retorno imediato na geração de empregos e agregação de valor aos produtos”, mas os segmentos comerciais, de serviços e até cooperativas têm buscado auxílio público para as atividades.
Em Francisco Beltrão, há também a concessão de incentivos fiscais, mas somente para empresas de base tecnológica, conforme prevê a legislação estadual.