O superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, esteve em Francisco Beltrão na terça-feira, 1º, para trazer a novidade aos assentados.

Na terça-feira, dia 1º, o superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, esteve em Francisco Beltrão para conversar com os colaboradores da unidade regional e também para trazer uma boa notícia aos moradores do Assentamento Missões, no interior do município. Segundo Nilton, uma área de 90 hectares com plantação de pinus, que estava na justiça há mais de 30 anos, poderá ser explorada pela comunidade.
“Essa é uma demanda antiga do PA Missões, mas não é simples de resolver. Depois de muita luta para chegar em um entendimento legal da questão, nós batemos o martelo no sentido de repassar o pinus para a comunidade. A grande discussão que se tinha é se esse pinus tinha que ser licitado e o dinheiro voltar para a União ou se passaria direto para o assentado e que ele desse a destinação correta para o dinheiro resultante desta área. E prevaleceu o entendimento que o pinus faz parte do imóvel e que o assentado, com a posse, naturalmente deve assumi-lo. Nós vamos quantificar o valor desse pinus e incorporar no valor do título da área. O que o assentado investir em obras comunitárias, a gente não vai cobrar. O que investir no lote, nós vamos debitar na conta do assentado e, na hora da titulação, vai ser cobrado. Nós vamos discutir com a comunidade como fazer para administrar esse recurso, por isso vamos marcar uma agenda para decidir isso”, disse Nilton, em entrevista coletiva à imprensa.
Moacir Prado, um dos moradores do Assentamento Missões e um dos grandes batalhadores para a conquista, comemorou a notícia trazida pelo Incra. “A primavera chega bem mais forte e bem mais florida para o Assentamento Missões. Essa era uma luta de mais de cinco anos. Quero fazer justiça, em memória ao falecido Dalazen (Ademir Dalazen, ex-presidente da Unicafes, que faleceu em um acidente de carro em 2010), uma das grandes lideranças do cooperativismo e da agricultura familiar. Ele já vinha pautando essa luta para a liberação desse pinus. Foram muitas viagens a Curitiba com o pessoal da coordenação do assentamento, com o vice-prefeito Eduardo Scirea, que nos ajudou muito nesta luta, e estou muito feliz. O Assentamento Missões é hoje a maior bacia leiteira de Francisco Beltrão, nós temos lá o Colégio Paulo Freire, a unidade básica de saúde, e a liberação do pinus significa desenvolver a região. E essa notícia não é boa somente para o Assentamento Missões, mas também para o município de Francisco Beltrão. Todo o dinheiro será investido no município. Representa uma grande indústria sem chaminé para todos”, comenta.
Agora Nilton deve programar uma agenda de reuniões para que a comunidade do Assentamento Missões defina de que forma vai investir o dinheiro da madeira a ser cortada. Ainda não se sabe o valor exato, mas um cálculo aproximado é de que haja quase 60 mil árvores nesses 90 hectares, o que resultaria em uma comercialização de mais de R$ 500 mil.