
O deputado federal Assis do Couto (PT), reeleito para mais um mandato, disse que vai defender uma reforma política na próxima legislativa. Em entrevista à Rádio Onda Sul, ele afirmou que a reforma é importante para apefeiçoar a democracia.
Assis comentou que é preciso uma mudança na forma de financiamento das campanhas eleitorais e mandatos de cinco anos. O deputado revelou que já vinha se preparando para um resultado diferente – quase 20 mil votos a menos que em 2010. “Foi um pouco atípico, já vinha me preparando para este resultado, fiz campanha em 150 municípios e previa uma eleição muito atípica, muito parecida com a de 2006.”
De manhã, ele votou na Escola Estadual da Cango por volta das 9 horas. Estava acompanhado da mulher, Maria Helena Libardi do Couto, e da filha Ana Maria. Antes de votar, Assis e a família permaneceram na fila, como todos os eleitores. Apesar de ter sido avisado de que poderia “passar à frente”, o político preferiu aguardar sua vez. Depois de garantir os votos, Assis acenou positivamente para a reportagem.
O petista cumprimentou as pessoas e conversou com alguns eleitores. Também concedeu uma rápida entrevista ao JdeB, quando afirmou que a eleição de 2014 está diferente. E deu os motivos: “É a quarta eleição que eu disputo, mas antes de ser candidato já participava do processo eleitoral. Hoje vejo uma eleição diferente, eu acho que nosso sistema político-eleitoral está no limite, no esgotamento. Creio que as sucessivas notícias de corrupção e os escândalos, a forma como a grande mídia tratou isso, não apenas atingiu os políticos corruptos, mas atingiu a política em si”.
Por causa desse cenário, Assis observou que encontrou na campanha de 2014 uma população menos entusiasmada e disposta. Segundo o candidato, houve uma perda do encanto pela política, principalmente pelos jovens. Para Assis, é preciso mudar, fazer uma reforma política. Disse também que os partidos políticos que se criam apenas para negociar na hora da eleição e as coligações proporcionais precisam acabar. “As eleições têm que ser a cada cinco anos e não de dois em dois, como vem sendo.”
Política x corrupção
Justamente pelo desgosto da população, Assis comentou que essa pode ser “a eleição da compra de votos”. As pessoas associam política à corrupção e isso dá margem à compra de votos, enfatizou o candidato. “Essa é uma eleição que tem o peso da compra de votos muito grande, porque quando o cidadão perde o encanto com a política, dali pra frente qualquer negócio serve.”
Para Assis, é necessário conter essa onda, especialmente entre os jovens, que, segundo ele, acabam não participando do processo eleitoral com cidadania, e sim pela troca de algum favor. “Isso é o caos e eu senti isso na minha caminhada em mais de 150 municípios do Paraná, em todas as regiões.”
Segundo o candidato, as principais reivindicações e anseios das pessoas são bem pontuais: falam muito sobre o desgosto com os fatos da política, com a corrupção e pedem mais segurança pública e saúde.