Uso de substâncias sintéticas foi o tema do fórum promovido pela 6ª Semana de Prevenção às Drogas e à Violência.

Foto: Ligia Tesser/JdeB.
A 6ª Semana de Prevenção às Drogas e à Violência de Francisco Beltrão começou na última sexta-feira, 24, e está com uma programação extensa durante toda esta semana. Na manhã de terça-feira, 28, as entidades organizadoras se encontraram em um fórum sobre drogas sintéticas, quando também debateram o papel de cada uma delas e de que forma, juntas, podem constituir uma rede para prevenir o uso de álcool e drogas.
Um dos diferenciais desta edição da Semana de Prevenção às Drogas é justamente a ampliação de parceiros no evento. Fazem parte da organização as secretarias de Assuntos Estratégicos, Educação e Saúde, Clube do Proerd, Batalhão de Polícia Escolar, Conselho de Desenvolvimento Comunitário da BRF, Núcleo Regional de Educação, Escola Oficina e grupos de Narcóticos e Alcoólicos Anônimos.
A intenção é aumentar a rede e a relação entre as entidades para que a sociedade conheça os vários grupos que trabalham nas áreas de proteção, tratamento, recuperação e repressão às drogas. O coordenador voluntário do Proerd e secretário municipal de Assuntos Estratégicos, José Adams Brizola, é um dos membros da organização do evento e frisa que este ano o principal foco são as drogas sintéticas.
“Infelizmente, as drogas sintéticas estão nas famílias, nas universidades, nos colégios e festas de alunos, por isso queremos fazer um alerta. Os jovens estão usando hoje de forma descontrolada, inclusive, os pais não estão percebendo. Por isso, neste fórum, as várias entidades estão mostrando suas ações, com o objetivo de sabermos o que a rede está fazendo e atuando na prevenção, recuperação e tratamento”, informou Brizola.
O secretário comentou que várias ações são realizadas para prevenções às drogas, mas que, muitas vezes, os coautores acabam não as conhecendo, por isso é preciso haver uma unificação da rede de entidades.
Expor o risco de uso de drogas
De acordo com levantamento sobre os pacientes do Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD), de Beltrão, entre os adultos a dependência mais comum é o álcool e, em seguida, o crack. Nos casos de adolescentes, é mais recorrente o uso associado da maconha com o álcool. A entidade trabalha com o tratamento dos dependentes químicos de álcool e drogas de todas as faixas etárias.
Durante a Semana de Prevenção, o Caps tem como objetivo levar informação. Ana Paula Reolon Bortoli, enfermeira da entidade, ressaltou que o processo de tratamento não depende só de um órgão de saúde, mas de várias instituições, da família e do usuário. Disse também que é importante que a sociedade tenha informação a respeito dos perigos relacionados ao consumo e abuso de álcool e drogas.
Para a enfermeira, a sociedade informada pode realizar mais ações, principalmente para coibir que o público de crianças e adolescentes se envolva com este problema. “Nós sabemos que quando estamos de frente a uma pessoa que está doente, o processo é muito maior do que quando nós prevenimos. Esse é o objetivo da nossa participação: trazer informação do ambiente do álcool e drogas sobre os efeitos e os malefícios para que a comunidade toda fique sensibilizada do risco que está se expondo”, comentou.
Consumo aumenta entre as mulheres
Na sexta-feira, 1º, no encerramento do evento, haverá uma passeata para alertar sobre a quantidade de usuários de drogas em Beltrão. Segundo Brizola, há o aumento de número de usuários, notado principalmente nas abordagens policiais. “Percebe-se o aumento no número de usuárias mulheres. O grupo feminino está usando de forma descontrolada. É só passar pelas ruas e alguns pontos em Beltrão, não só os homens estão usando drogas, mas a mulher também. Além das drogas sintéticas, fazemos o alerta que álcool também é droga, embora cultural, ele faz mal, mata e destrói”, frisou.
A enfermeira Ana Paula revelou que o público feminino é mais resistente em chegar ao tratamento. “Elas sofrem prejuízos maiores, mas tardam em chegar ao tratamento. Às vezes, as mulheres chegam já com muitos outros problemas, que acarretam e levam ao tratamento da dependência química. Essa também é uma preocupação nossa porque o grau de comprometimento da pessoa quando chega para nós é muito maior que no público masculino”, afirmou.