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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Bairro Sadia: Ordem judicial determina saída de 16 famílias de área

As pessoas dizem que não têm para onde ir.

 Nesta semana um oficial de Justiça do Fórum de Francisco Beltrão esteve numa área invadida por 16 famílias, no Bairro Sadia, determinando que desocupem o imóvel. O prazo dado pelo oficial de Justiça venceria ontem, 16. As famílias estão revoltadas com a decisão da Justiça. O pedido de reintegração de posse teria sido feito pela administração municipal já que o imóvel pertence ao poder público. 
Na Polícia Militar a informação recebida pelo JdeB é que a ordem de despejo não foi cumprida. Em entrevistas à Rádio Onda Sul, quinta-feira, 15, moradoras criticaram a administração municipal e a decisão da Justiça de retirá-los do local. O grupo está há sete meses naquela área. A informação repassada pela Secretaria de Assistência Social é que foi feito o relatório de avaliação social destas famílias e encaminhado para o Setor Jurídico da Prefeitura de Beltrão para o pedido de reintegração de posse. A secretaria, no entanto, não tinha a informação de que a ordem seria cumprida ontem. Quando há reintegração o Departamento Municipal de Habitação é comunicado. 
Adriana mora com a filha e o marido num espaço que foi invadido por 16 famílias. “Até agora a prefeitura não se manifestou e hoje tem uma ordem pra tirar todos nós até sexta-feira (ontem). Nós tamos aí, ninguém se manifesta pra dar uma opinião pra nós”, afirmou. 
A mulher disse que o pessoal da Prefeitura de Beltrão esteve com estes moradores para preencher um cadastro. “Veio só pra fazer cadastro, pra fazer aquelas casinha do conjunto que não saiu. No tempo das eleições, eles vieram, mas daí depois… Depois veio essa ordem aí”, disse Adriana. 
Ela relatou que as casas são todas pequenas e humildes, “mas todas bem limpinhas”. Ela refutou informações de que as pessoas não estariam cuidando da área e não teriam preocupação com a higiene neste local.

Ir pra onde?
Elires mora com o filho num dos espaços e está apreensiva com a decisão judicial. “Tamos todos na mesma situação, porque a gente não tem pra onde ir. Agora saiu essa. O oficial de justiça disse que viria com a Polícia pra tirar a gente. Pra onde a gente vai? O que que a gente vai fazer? A gente fez devagarzinho (as casas), tamo devendo ainda. A maioria trabalha, quase todo mundo”.
Elires, em depoimento emocionado, contou que não tem outro lugar para morar com o filho. “Eu dependo desta casa, eu não tenho outro lugar pra onde ir. Eu vou morar debaixo da ponte? A gente tá há uma semana do Natal, a gente vai fazer o que? pra onde que a gente vai levar os nossos filhos. Eles vão dar casa? Não vão dar casa!” 
O JdeB tentou contato telefônico com o setor dos oficiais de Justiça, no Fórum de Beltrão, mas ninguém atendeu à ligação.

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