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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Beltrão: Prefeitura entrega móveis para famílias

Assistência Social encaminhou doações que devem atender cerca de 70 famílias.

 

Famílias que tiveram danos causados pelo tornado, 
em Francisco Beltrão, receberam móveis. 

Ontem, 12, a Secretaria de Assistência Social de Francisco Beltrão começou a entrega de móveis doados para as famílias atingidas pelo tornado do dia 13 de julho. A entrega começou no bairro São Francisco, onde o vendaval arrancou – parcial ou totalmente – a cobertura de boa parte das residências.

De acordo com o chefe de Divisão de Assistência, Dionatas de Bairro, a entrega vai acontecer não somente para atingidos pela tempestade, mas também para outras famílias carentes que pediram móveis no decorrer do ano. Segundo ele, a distribuição começou ontem com as vítimas do tornado. Cerca de 70 famílias vão ser atendidas inicialmente. “A gente tem os nomes de todas essas famílias que precisam de móveis. A Defesa Civil fez um levantamento e essas pessoas vão receber as doações.”
As arrecadações foram feitas por cidadãos que abriram mão de peças de mobília que não utilizavam mais para encaminhar para pessoas que precisam delas. Dionatas conta que, antes disso, a Assistência Social entregou cestas básicas e kits de alimentação para todas as famílias atingidas, além de material para refazer parte das coberturas das casas afetadas. 

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Moradoras agradecem a iniciativa
Andréa Correia de Oliveira, moradora do bairro São Francisco, estava em casa com o marido e o filho, que ainda não tinha nem completado um ano, quando o tornado atingiu o imóvel. Ela conta que o marido estava tomando banho e ela estava brincando com a criança, quando as luzes apagaram. “Na hora só pensei em proteger meu filho, mas foi bem feio, deu bastante medo”, relata. E a força da tempestade fez com que a família perdesse parte da cobertura da casa, algumas janelas, dois guarda-roupas, cama, mesa, cobertores, um colchão, entre outras coisas pequenas.
Cristiane Silva dos Santos também estava em casa com o marido e os quatro filhos, e perdeu parte da cobertura e muitos móveis. “Na verdade, perdemos tudo. O que ficou inteiro mesmo foi só a minha geladeira”, afirma. 
Maria Carmelinda Antunes Alves é outra moradora do São Francisco que assistiu atemorizada enquanto o tornado destruía uma parte de seus bens. “A gente estava em casa e foi horrível! Achei que o vento ia levar a casa.”
Mas, além da tragédia, o que essas três mulheres – e muitos dos outros atingidos pelo tornado – têm em comum é a persistência. Elas ressaltaram que já estão reconstruindo suas casas e, um mês depois da tempestade, a vida voltou à normalidade.
As três receberam móveis da Assistência Social no dia de ontem e garantem que a prefeitura tem ajudado na reconstrução. “Eles ajudaram bastante, com alimento, móveis e tudo!”, conta Andréa. Cristiane reforça que “eles deram a cobertura, cesta básica e agora os móveis. Estamos conseguindo reconstruir devagarinho”.
Dona Maria concorda. Apesar de ainda não ter conseguido refazer toda a cobertura de sua residência – ela ganhou 8 telhas, mas afirma que precisava de mais de 20 -, está mantendo a reconstrução. E com os móveis que a Prefeitura entregou, esse trabalho vai ser muito mais tranquilo.

Equipe que realizou a entrega dos móveis, junto com Maria Carmelinda, uma das beneficiadas.

 

Entrega de móveis contou com ajuda de detentos
Para realizar a entrega dos móveis para as famílias atingidas, Dionatas conta que a Assistência Social precisou de ajuda da Secretaria de Urbanismo, que possui um projeto que dá trabalho para detentos em regime semi-aberto, em troca de redução de pena.
Assim, quatro dos trabalhadores que puxaram os móveis para as famílias atingidas pelo tornado são detentos. Pessoas que buscam voltar a se enquadrar na sociedade, como garante J. B., que estava ajudando com os móveis: “As pessoas pensam que a gente está preso, então só fazemos coisas ruins. Assim a gente quer mostrar que também faz coisas boas”.
J. B. é de Porto Alegre e está preso há um ano e cinco meses, por transportar drogas. “E esse trabalho eu acredito que vai ser uma coisa boa, porque tem muita gente que quer mudar de vida.” o detento tem família – uma esposa e quatro filhos – esperando por ele na capital gaúcha e vai terminar sua pena no final do ano, para voltar a cuidar de sua família e mudar o rumo da vida.
J. A. A., também detento, é gaúcho, e estava ajudando a entregar os móveis. “A gente trabalha para diminuir a pena, para voltar antes para a sociedade”, comenta. Ele está preso há quatro anos, por tráfico, e concluirá sua pena no fim deste mês. “E vale muito fazer esses trabalhos na rua, porque aí podemos sair mais cedo e cada um pode voltar para casa, cuidar de sua família”, destaca.

Cristina Silva dos Santos junto com os 
móveis que recebeu da Assistência Social.

 

 

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