JdeB – Caminhada Azul marcou o Dia Internacional do Autismo em Francisco Beltrão. O evento iniciou às 9h. Saiu da praça central e percorreu toda a avenida até o Posto Delta, contando com mais de 140 pessoas entre o corpo docente, alunos e autoridades políticas presentes.
Maria Eliza Thomé, diretora do Cemaem (Centro Municipal de Apoio Educacional Multidisciplinar Maria de Fátima Oliveira Peres), falou sobre a importância da conscientização do autismo que tem crescido nos últimos anos em Beltrão e vem recebendo cada vez mais pessoas.
“O evento está na sua quarta edição. Cresceu ao longo desses anos, passando de uma pequena barraca na praça para ações de maior impacto. A gente já vê uma conscientização maior, uma mudança bem grande dos professores, dos pais e da sociedade. Nós precisamos integrar as crianças com autismo na sociedade,” disse a diretora.
O prefeito de Francisco Beltrão, Antônio Pedron, também esteve presente junto com a vice-prefeita, Professora Lurdinha, e a primeira-dama, Rose Pedron. O prefeito destacou o compromisso de sua gestão para ações voltadas ao atendimento de pessoas neurodivergentes, como autistas, pessoas com TDAH e TOC.
“É um compromisso nosso, assumido ainda na campanha. O trabalho já vinha sendo desenvolvido com maestria, e agora buscamos ampliar esse serviço, melhorando-o cada vez mais”. Enfatizou o prefeito.
Durante a tarde, Antônio Pedron também esteve presente no lançamento do projeto para uma nova unidade de atendimento especializado ao autismo. Fruto de uma parceria com a Diocese de Palmas e Francisco Beltrão, o espaço deve ser concluído em 60 dias.
Também estiveram presentes para prestigiar o evento os vereadores Bruno Savarro, Aline Biezus e Júlio Spada.
Neuropsicopedagoga fala sobre a importância da intervenção precoce no autismo
JdeB – Uma pesquisa sobre o estudo da frequência do transtorno do espectro autista realizada pela Universidade de Passo Fundo, em apoio com a Apae, revelou que a cada 30 crianças, uma apresenta o autismo. O estudo foi realizado no Rio Grande do Sul e fez o levantamento de crianças entre 2 e 12 anos. Foi o primeiro estudo do tipo no Brasil.
A neuropsicopedagoga do Cemaem de Francisco Beltrão, Elisângela D’Avila Campos, diz que os primeiros sinais do autismo podem ser percebidos ainda nos primeiros anos da criança e orienta aos pais a estarem sensíveis a esses sinais.
“Você consegue ver desde bebêzinho. Quando a mãe está amamentando e faz contato visual com a criança, muitas vezes a criança não faz um contato visual com a mãe. Não quer dizer que ela é autista, mas é um dos indícios. Durante o desenvolvimento dessa criança, a gente percebe alguns sinais sutis dentro dos marcos de desenvolvimento. Por exemplo, a criança precisa segurar o tronco até, mais ou menos, os três meses. Se a criança não segura o tronco, significa que ela tem algum atraso no desenvolvimento, e é preciso procurar um profissional para fazer o diagnóstico.”
Quanto mais cedo o diagnóstico, mais eficaz será a intervenção
A importância do diagnóstico precoce possibilita trabalhar com a criança para que ela receba as intervenções que a auxiliarão na comunicação, habilidades sociais, comportamento e habilidades de aprendizado.
“Sempre o diagnóstico precoce é melhor. E antes mesmo do diagnóstico, a intervenção é mais importante ainda do que o próprio diagnóstico. A criança pode ter apenas um atraso no desenvolvimento, e na intervenção ela trata de tudo o que seja esperado para a idade dela. Hoje, a gente tem vários outros transtornos além do autismo que também podem trazer um atraso de desenvolvimento. Fazendo a intervenção, a gente consegue observar se esse atraso no desenvolvimento é do autismo ou de outra síndrome,” explica Elisângela.
