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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Beltronenses viajam 82 dias de carro pelas Américas

O grupo percorreu 30 mil km, uma média de 380 km por dia.

 

Antônio Pedron, presidente do Condefb (Conselho de Desenvolvimento de Francisco Beltrão), levou dois anos para organizar o roteiro da viagem pelas Américas, incluindo 13 países. Quando tudo já estava alinhado, ele e a esposa, Rose, convidaram os amigos Adelar Fabris e Marilize e Eduardo Cichocki e Silvana para fazer parte da aventura – cada casal com seu carro. De 27 de abril a 18 de julho, o grupo viajou por Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, México, Estados Unidos – incluindo o Alasca – e Canadá.

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Cada casal viajou com seu carro. Dos 30 mil km percorridos, poucos foram de estradas esburacadas.

“O estado psicológico foi o item número um da viagem, em função do estresse, porque todos os dias o ritmo era: levanta, pega mala e estrada de novo”, destaca Antônio. Para que tudo corresse bem, foram estabelecidas algumas regras, como respeitar os horários de saída. Isso contribuiu para que a viagem transcorresse como o planejado.

 

Rose e Antônio Pedron, que idealizaram
a aventura pelas Américas.

Dos 30 mil km percorridos, apenas 30 km foram de estradas esburacadas, em Honduras. Em média, o grupo fez 380 km por dia. O saldo é de apenas um pneu furado e dois para-brisas quebrados. “As estradas são ótimas. A partir de Salta, na Argentina, são extremamente tortuosas e com altas altitudes até Cartagena”, comenta.
Os países da América Central são perigosos, mas o México, já na América do Norte, ainda é o pior, por isso o grupo optou por andar em pistas rápidas pedagiadas. Pedron ressalta que os pedágios são muito caros, em média 6 dólares. “Fomos abordados apenas no Equador. Disseram que não podia usar película nos vidros.”
Houve muitas paradas para verificação, principalmente a partir do Peru. Na Colômbia, foram parados pelo Exército, por causa das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o que de certa forma deixou os viajantes mais tranquilos. A Colômbia é o país mais perigoso para dirigir por causa das curvas e das altitudes, com velocidade média de 35 km/h. 

Imprevisto no Panamá
De Cartagena, na Colômbia, até o Panamá, a travessia costumava ser feita de ferry boat, que levava 2 mil passageiros e 600 carros, mas foi desativado 15 dias depois do grupo ter saído de Beltrão. “Tivemos de contratar um contêiner de navio cargueiro, o que deu um atraso de seis dias na viagem e também encareceu.”
No Panamá, o centro financeiro internacional é contrastado com as favelas. A cidade de Colón é a mais perigosa, tem uma das maiores zonas francas do mundo, mas também muita máfia. “A regra é não andar a pé.” Antônio acrescenta que a América Central é muito populosa e pobre, com exceção da Costa Rica, que tem o turismo desenvolvido e é o país mais organizado. 

Belezas do México
Cada país tem suas belezas, mas Antônio destaca a Cidade do México, por ser linda e com muitos atrativos, como os castelos do século 17 e as pirâmides, além das opções de compras e atrativos naturais. “Os desertos da Argentina, Peru e Chile valem a pena, por exemplo, San Pedro do Atacama. O ideal é ir de carro, ao invés de avião, porque são 3.700 km. Melhor ir no verão, porque no inverno é muito frio.”
Animais no Alaska
Os beltronenses passaram pela cidade americana de Flagstaff, onde tem o Grand Canyon, que é uma das imagens mais impressionantes que já viram. Também estiveram em Nashville, cidade construída no deserto, famosa pelos cassinos. Para quem gosta de festa e glamour, o destino é Las Vegas, mas é preciso preparar o bolso, alerta o empresário. 
No Alaska, viram animais como ursos e alces, numa área com bastante vegetação, principalmente pinheiros. Eles estiveram na Alaska Highway, construída pelos americanos como base militar na 2ª Guerra Mundial. “O inverno é difícil para a população local, porque a claridade não passa de quatro horas por dia. No verão é ótimo, porque tem sol até mesmo na região norte do Canadá e a noite não chega a ter cinco horas. A própria população reconhece que é difícil viver lá.”
No Canadá, há beleza por onde se passa, com muitos parques nacionais e excelente segurança. “É um país que deve ser visitado no verão, porque no inverno é muito frio e os preços sobrem de 30 a 40%.”

No Alaska, o grupo viu animais como ursos e alces.

 

Custos da viagem
Entre combustível, hospedagem e alimentação, cada casal teve um custo de 210 dólares por dia. A valorização do dólar frente ao real encareceu a viagem em torno de 30%. O preço médio da gasolina foi de um dólar por litro. “Os locais mais baratos foram Equador e Estados Unidos, e o mais caro foi o Canadá.”
As diárias de hotéis variaram de 10 a 140 dólares. “Paramos também em campings, que são muito bons no Alaska, Estados Unidos e Canadá, na faixa de 20 dólares por carro.” Em Jasper, ficaram em casas de famílias. “Vimos um local escrito ‘aceitamos hóspedes’ e fomos nos informar.”

Brasil de oportunidades
Antônio destaca o desenvolvimento do Brasil na capacidade industrial, agrícola e na socialização da educação. Exceto o México, que tem uma economia forte, o Brasil está na frente. “O Brasil ainda é um país de grandes oportunidades e, tendo uma correção política, econômica e social, será uma grande nação.”

Antônio Pedron organizou a viagem, que passou por 13 países americanos.

 

 

Atrasos nas alfândegas

De acordo com Antônio, a burocracia para entrar nos países da América é lenta e complexa. Com exceção dos Estados Unidos e do Canadá, que levavam em média 15 minutos, nos demais países, entre a saída de um e a entrada em outro, o grupo levava quatro horas. As aduanas são desprovidas de infraestrutura, com filas, desorganização e muitos pedintes. A melhor entrada foi em El Salvador e a pior, na Guatemala. As exceções são as aduanas do Chile e Argentina, que são organizadas. 
Na vistoria feita na Colômbia, para embarcar os carros no contêiner até o Panamá, tiveram que abrir até mesmo as malas e ficaram quase sete horas na espera. “São procedimentos exigidos, então tem que sentar e esperar, não adianta ficar nervoso. Já a aduana americana levou cinco minutos. Não pedem nada do carro, apenas temos que entrar e sair com ele.”

Silvana e Eduardo Cichocki, Marilize e Adelar Fabris e Rose e 
Antônio Pedron, em Rumichaca, fronteira entre Equador e Colômbia.

 

 

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