17.9 C
Francisco Beltrão
sábado, 21 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

Blitz Vídeo fecha hoje, mas filmes continuam à venda

Em Francisco Beltrão desde 1996, a principal locadora da cidade encerra seu ciclo.

Quarta-feira, na Blitz Vídeo, dona Clídia Klosinski e o casal Edair e Ângela Klosinski.

Ao fundo, estante de DVDs que podem ser adquiridos, com os preços variando de R$ 2,50 a R$ 15,00.

Foto: Badger Vicari/JdeB

- Publicidade -

A principal loja de locação de filmes de Francisco Beltrão, a Blitz Vídeo, fecha suas portas hoje à noite.

A partir da semana que vem começam as reformas para que o tradicional ponto da Avenida União da Vitória se transforme numa loja de confecções.

“Mas os filmes continuarão à venda (de R$ 2,50 a R$ 15), vamos deixá-los protegidos, no porão, e quem quiser nos procure que venderemos”, disse Ângela Klosinski, casada com Edair Klosinski, o fundador da Blitz Vídeo, em 1994, em Itapejara d´Oeste.

Naquele ano, ele resolveu ter seu ganha-pão próprio. Foi para Curitiba e adquiriu 400 fitas VHS, com variados filmes. Abriu o negócio, uma novidade na cidade, e depois de três meses mudou-se para Dois Vizinhos. “Um mercado maior, com concorrência’, recorda.

Ficou o ano de 1995 em DV, sempre trabalhando sozinho. Em 1996, novo desafio: um mercado ainda maior, Francisco Beltrão.

“Foi a primeira locadora num bairro”, diz, lembrando que as lojas do ramo que existiam na época ficavam no centro.

Edair instalou a Blitz Vídeo ao lado da Pizzaria Al Capone, bairro Vila Nova, na Av. União da Vitória (o segundo endereço da Blitz também foi na mesma avenida). E já não estava sozinho. Pelo menos nos sábados, dia tradicionalmente de maior movimento, a então namorada, Ângela, ajudava no atendimento.

Titanic, o grande salto
O grande salto de popularidade que a Blitz teve foi em 1998, surfando na onda do sucesso mundial que foi o filme Titanic.

“Comprei 30 fitas do Titanic, daí sempre tinha para alugar”, relembra Edair. Enquanto as demais locadoras ofereciam duas ou três fitas do famoso filme, a Blitz ofertava dez vezes mais. “O cliente chegava e sempre tinha, isso popularizou a locadora”, avalia.

Desde então, foi uma marca da Blitz: filmes de grande sucesso eram adquiridos em grande quantidade, para não deixar a clientela esperando de uma semana para outra.
Junto com essa característica, outra: adquirir filmes que o cliente solicitava, um clássico, por exemplo, mesmo que não tivesse amplo apelo popular, com pouca locação. Um público mais restrito, seletivo, mas que também marcava presença na carta de clientes da Blitz.

De VHS para DVD
Na primeira década deste século, a mudança de VHS para DVD, que foi rápida; as locadoras todas se adequaram. Na ocasião também várias fitas foram colocadas à venda. “E vendemos bastante”, destaca Ângela.

E a Blitz ampliou, inaugurando seu prédio próprio — sempre na União da Vitória, desde os primeiros passos em Beltrão — em 2007, e com um time respeitável de colaboradoras.
“O auge, com oito pessoas na equipe, contando eu e a Ângela, foi aí por 2009, 2010, depois estabilizamos”, diz Edair.

Uma rede de amizade
Ângela pontua que nesses anos todos de trabalho, muitas vezes sem férias, com dedicação total ao empreendimento, foram construindo muitas amizades. “A gente costuma dizer que mais do que clientes, formamos uma rede de amizade, também com quem trabalhou com a gente, nossas colaboradoras”, reforça.

Edair revela que há alguns anos ele e Ângela começaram a se preparar para esse desfecho. A revolução do YouTube, celular que tem tudo, Netflix, enfim, toda gama de opções que surgiram foram deixando o filme da locadora em segundo ou terceiro plano.

“Não existe mais, faz tempo, a figura do pai que vinha na locadora alugar um filme de desenho para as crianças; hoje o pai dá um celular e a criança se vira”, diz Edair, com bom humor.

Centenas de fitas, milhares de DVDs
Para quem começou com 400 fitas e chegou a dez mil títulos de filmes (reunidos em mais de 15 mil DVDs), o processo todo foi vitorioso.

“Dei entrevistas nesta semana [rádio, TV, jornal], faço questão de agradecer os clientes desses anos todos, nossas equipes ao longo do tempo, foi muito bom”, conclui Edair.

Ele e Ângela receberam a reportagem do Jornal de Beltrão na quarta-feira, dia 8. Coincidentemente, durante a entrevista apareceu na Blitz — esse nome é uma homenagem à banda de rock homônima, que Edair gostava quando ainda residia em Itapejara d´Oeste — a mãe dele, a sorridente dona Clídia Klosinski, 85 anos, que foi convidada para foto que ilustra esta reportagem.

Supera
Agora, Edair e Ângela se dedicarão, exclusivamente, no comando da franquia “Supera, ginástica para o cérebro”, que fica localizada no mesmo prédio da locadora.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques