Animal da raça shih tzu teve um ferimento abaixo do olho e se recupera.
Um cão da raça shih tzu foi mordido por uma cobra na tarde de segunda-feira, 21, no Bairro Jardim Floresta, em Francisco Beltrão. O animal, chamado Max, pertence à pedagoga Luana Cristina Engels, de 37 anos, está se recuperando, mas o caso chamou a atenção para os cuidados que se devem ter com as casas durante o período de calor, quando a movimentação desses animais se torna mais intensa pela busca de alimento.
Segundo Luana, ela percebeu o caso na terça-feira, 21, pela manhã, quando notou um ferimento próximo ao olho esquerdo do cão. A suspeita foi levantada porque a pedagoga tinha um breve conhecimento sobre picadas de cobra. Sua cunhada acionou a Polícia Militar Ambiental que foi até a casa e localizou a cobra próxima a alguns canos de PVC, com os quais o marido de Luana fez uma horta. No quintal, foram localizadas duas peles trocadas. Após capturada, ela foi devolvida ao habitat natural.
Susto
A pedagoga acredita que a cobra tenha entrado no quintal da casa pelo muro e que Max tenha tentado defender duas calopsitas que também possui, o que justificaria a bagunça encontrada no espaço. “Max foi atingido abaixo do olho esquerdo, provocando inchaço e dor, vômito e febre. Ele tem nove anos e é nosso xodó, está em recuperação, está melhor, pois ela não conseguiu picá-lo completamente. Foi atingido de raspão, pois deve ter se negado e, por ser da raça shih tzu, ter pelagem longa”, conta.
Luana disse que nunca havia passado por uma situação assim e que se sentiu insegura, por pensar que o animal estava num ambiente comum para sua família. “A sensação é de medo, arrepio e insegurança (…) As minhas filhas brincam ali. Eu estou direto ali realizando meus afazeres e pensar que o acidente poderia ter sido pior, ou seja, com minhas filhas e comigo. Infelizmente aconteceu com meu cachorrinho, e felizmente vai se recuperar”, diz.
Animais saem no calor em busca de alimento
Foi registrado um boletim de ocorrências e, segundo o que os policiais militares ambientais, que atenderam o caso registraram no documento, a cobra foi identificada como sendo da espécie cipó-verde (Chironius bicarinatus).

O veterinário Everton Leonardi, do Centro de Apoio ao Controle do Zoonoses e Bem-Estar Animal de Francisco Beltrão, explica que esse tipo de animal não é peçonhento, ou seja, não oferece riscos aos seres humanos, como uma Jararaca ou uma Cascavel, por exemplo, só atacando quando se sente ameaçado. Porém, por serem animais de sangue frio, podem carregar bactérias na boca, capazes de causar infecções secundárias numa picada.
“Essas infecções podem ser uma ferida mais grave, dor, inchaço, que são sinais básicos, mas nenhum sinal mais grave sistêmico, neurológico”, explica.
Em dias de muito calor, esses animais também ficam mais ativos, criando o clima propício para irem em busca de alimento. Por isso, embora seja comum encontrar a espécie em áreas de mata, ela pode ser encontrada na cidade devido ao seu tipo de alimentação, composta por insetos, roedores e outros anfíbios. Uma prática que acaba auxiliando no controle natural de pragas. “Algumas espécies de serpentes, em relação ao dano que pode causar a pessoas e outros animais, acaba gerando mais benefício, porque fazem o controle natural das pragas, assim como os gambás”, destaca.
Recomendação
Existem alguns indícios anatômicos que possibilitam a pessoa saber se é um animal peçonhento ou não, mas, por via de regra, a recomendação é que sempre que alguém se deparar com algum animal desse tipo entre em contato com os órgãos competentes, sem matar ou ferir o animal.
Um caso envolvendo animal peçonhento atendido pelo Centro de Zoonoses aconteceu em 2018, quando um homem levou uma Cascavel dentro de uma caixa até à entidade.
Outros casos
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em todo o ano passado, a região de Francisco Beltrão registrou 839 acidentes envolvendo animais. Desses, 37 com serpentes, 561 com aranhas, 28 com escorpião, 59 com lagartas, 109 com abelhas. Os demais dados são computados como outros.