Estabelecimentos estão fechados há exatos seis meses e agora avaliam como retomar atividades, seguindo os protocolos.

Uma imagem de antes da pandemia que, por enquanto, não vai se repetir devido às medidas de distanciamento para retomada.
A Sky vai reabrir, mas sem data definida.
A partir do dia 28 de setembro, casas de shows e boates poderão voltar a funcionar em Francisco Beltrão, conforme estabelece o plano de retomada de atividades definido pela Prefeitura. Os administradores dos estabelecimentos estão se organizando e consultando as regras legais e sanitárias para poderem retomar o funcionamento.
A sócia-proprietária da Sky, Susi Felippe, espera poder voltar às atividades na casa de shows somente na segunda quinzena de outubro. Isso porque ainda são calculados os custos e público necessários à viabilidade da operação.
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Para abrir, o local tem um custo fixo de cerca de R$ 5 mil por noite com seguranças, garçons, banda, som e luz. “Pelas regras do decreto, se abrirmos na próxima subfase, teremos mais despesas do que benefícios, então estamos avaliando a retomada dos nossos shows quando houver uma melhora do atual quadro da pandemia e também a possibilidade de operar com uma capacidade de público maior a partir da metade de outubro”, diz.
Camarotes
O Decreto nº 350/20, que estipula as regras para a flexibilização de atividades, estabelece que a partir do próximo dia 28 as casas noturnas devem montar camarotes para dez pessoas cada e, no total, poderão receber até metade de sua capacidade de público, definida pelo Corpo de Bombeiros. A partir de 5 de outubro, uma nova subfase entra em vigor: os camarotes, distanciamento e capacidade permanecem os mesmos, mas abre a possibilidade de reunir até 100 pessoas na pista de dança.
O administrador do Challé Clube de Danças, Elias Biavatti, também avalia com cautela a reabertura. “Se houver uma limitação muito grande de público, não há chance de promover um evento que cubra as despesas.” Ele está se aprofundando na legislação local e no plano de retomada para cumprir os requisitos estabelecidos.
A retomada é um alívio para os empresários do setor. Susi, por exemplo, está há exatos seis meses com a Sky fechada; perdeu parte do estoque de bebidas e teve de dispensar funcionários no quarto mês.
O setor vinha contestando que existem aglomerações em vários locais, como praças, parques e ruas, sem qualquer controle e cumprimento das medidas, enquanto os estabelecimentos, que poderiam reabrir com protocolo, permaneciam fechados.
Volta dos eventos dá fôlego ao setor
Desde que o plano de retomada foi divulgado, há algumas semanas, a cerimonialista Jéssica Zucco viu seu negócio ganhar um novo impulso. “O simples anúncio deu um ânimo nas pessoas, que passaram a nos procurar para agendar novos eventos para 2021 e 2022”, conta. Desde o início da pandemia, ela se desdobrava para remarcar as datas que já haviam sido agendadas, mas sem previsão de realização.
No caso das festas de aniversário e casamento, os eventos estão liberados desde a última segunda, mas com algumas restrições. Eles não devem exceder o limite de 50 pessoas, ou 40% da capacidade dos locais, e todos devem manter distanciamento. Para que estes eventos voltem efetivamente a acontecer ainda deve levar algumas semanas devido ao tempo de organização, avalia a cerimonialista Aline Prolo: “A liberação dos pequenos eventos refletiu diretamente no aumento da procura para eventos futuros, especialmente para o final deste ano e também para 2021. As pessoas ainda estão inseguras de realizar eventos agora devido a todas as restrições. Porém, sinto que estão recuperando a esperança e voltando a sonhar. Qualquer evento exige planejamento e um determinado tempo de organização”.
A partir de 28 de setembro, o máximo de pessoas por evento será de 75 (ou 50% da capacidade) e depois de 5 de outubro será possível fazer eventos com 100 pessoas. Jéssica já se prepara para as adaptações. “Creio que o maior desafio seja fazer com que as pessoas mantenham o distanciamento e façam higienização constante. Estamos nos preparando com máscaras, álcool em gel e termômetros e isso vai trazer custos extras, mas vamos fazer tudo dentro das regras”, ressalta.