Valores mais altos também foram registrados nas capitais.
Em outubro o valor da cesta básica em Francisco Beltrão apresentou um aumento de 1,51% (R$ 4,63) com relação ao mês passado. O montante gasto para atender as necessidades básicas de alimentação para uma pessoa foi de R$ 312,30. Tal elevação quebra o comportamento de quedas – tímidas, mas constantes – que ocorriam desde junho.
Em Pato Branco, o movimento observado também foi de alta (0,86% ou R$ 2,58). O valor da cesta básica individual lá foi de R$ 304,20. Além disso, em outubro teve início a pesquisa de preços no município de Dois Vizinhos, cujo valor apurado foi de R$ 293,17. Entre os três municípios, Francisco Beltrão foi o que apresentou maior valor.
O comportamento de alta observado em Francisco Beltrão e Pato Branco foi o mesmo registrado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em nove das 18 capitais pesquisadas. A pesquisa na região é coordenada pelo Grupo de Pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento, da Unioeste de Francisco Beltrão, com colaboração da Fadep, de Pato Branco.
Preços nas capitais
Em outubro, a pesquisa mensal da cesta básica, realizada pelo Dieese não apontou uma tendência definida, já que das 18 capitais nas quais se efetua o levantamento dos preços, nove apresentaram elevação e nove redução. As maiores altas aconteceram em Brasília (2,10%), Natal (0,97%) e Aracajú (0,93%). As reduções mais significativas foram, por sua vez apuradas em Curitiba (-1,85%), Porto Alegre (-1,27%) e Florianópolis (-1,21%).
Os produtos que tiveram predominância de alta nos preços, nas cidades onde o Dieese desenvolve a pesquisa da cesta básica foram: o açúcar, o arroz, o óleo de soja, o café em pó, o pão francês e a carne bovina. Os produtos que tiveram predominância de queda foram: a batata, o tomate e a banana.
Dos 13 produtos que compõem a cesta básica do cidadão beltronense, cujo valor é acompanhado mensalmente pela equipe de pesquisa coordenada pela professora Roselaine Navarro, da Unioeste, nove itens apresentaram, em outubro, aumento de preço: a banana (14,46%), a margarina (10,00%), o feijão (8,42%), o tomate (7,46%), o trigo (4,74%), o óleo de soja (4,56%), o açúcar (3,97%), o arroz (3,56%) e a carne (1,09%). Por outro lado, os quatro produtos que tiveram retração de preços foram: a batata (-9,27%), o café (-3,88%), o leite (-2,61%) e o pão (-1,93%).
Dos produtos da cesta básica que apresentaram alta de preço em Francisco Beltrão, a carne e o tomate se destacam por exercer um peso percentual expressivo na composição do valor final da cesta, especificamente 57,99% do valor total da mesma – em termos monetários R$ 181,13.
Já dentre os produtos que apresentaram redução de preço, o pão e a batata se destacam também em função da já mencionada participação percentual (17,35%) – em termos monetários R$ 54,08.
Dos produtos da cesta básica que apresentaram alta de preço em Pato Branco, o tomate e o pão se destacam por exercer um peso percentual significativo na composição do valor final da cesta, especificamente 21,55%, ou R$ 65,54. Entre os produtos que apresentaram redução de preço, a carne, a batata e o leite se destacam também por sua elevada participação percentual (57,97%) – R$ 176,39.
Salário de R$ 3.210
Segundo cálculos do Dieese, em outubro o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas – tendo como base a cesta mais cara do mês e levando em consideração determinações constitucionais para suprir despesas básicas – deveria equivaler a R$ 3.210,28, ou 4,07 vezes o mínimo atual de R$ 788,00. Em outubro do ano passado, esse valor era de R$ 2.967,07, ou 4,10 vezes o salário mínimo em vigor na época, de R$ 724.
