Em Francisco Beltrão, neste ano, o arroz já teve aumento de 94% e o óleo de soja 96%.

Os alimentos essenciais tiveram novos aumentos de preços na nova pesquisa do Grupo de pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento – Ciências Econômicas/Unioeste. O levantamento, referente ao mês de outubro, mostra aumento mais expressivo em Pato Branco 8,21%, seguido por Francisco Beltrão 8,20%; Realeza 7,22%, e com a menor alta, Dois Vizinhos, 4,32%.
Em valores nominais, o preço da cesta básica individual mais elevada foi a de Francisco Beltrão, R$ 471,25, seguida por Realeza, R$ 457,98, Pato Branco, R$ 451,61, e a de menor custo foi a de Dois Vizinhos, R$ 451,47. De janeiro a outubro, a elevação de preços é ainda mais expressiva: Francisco Beltrão (18,24%), Pato Branco (23,83%), Dois Vizinhos (28,59%) e Realeza (38,04).
A pesquisa da cesta básica realizada mensalmente pelo Dieese constatou, para o mês de outubro, que o custo da cesta básica apresentou aumento em 15 capitais e redução em Salvador (-1,05%) e Curitiba (-0,60%), comparativamente ao mês de setembro. As maiores altas foram observadas em Brasília (10,03%), São Paulo (5,77%) e Campo Grande (5,54%).
O comportamento dos preços dos itens que compõem a cesta básica, entre setembro e outubro, de acordo com o Dieese, seguiram uma trajetória de alta nos preços do óleo de soja, do arroz, da carne, da batata e do tomate. Nas cidades pesquisadas pela Unioeste, o comportamento dos preços dos itens da cesta básica foi semelhante ao observado nas capitais, com aumentos para os mesmos produtos.
O preço médio do óleo de soja apresentou alta em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, com destaque para Brasília (47,82%), João Pessoa (21,45%), Campo Grande (20,75%) e Porto Alegre (20,22%).
Nas cidades pesquisadas pelo Grupo de Pesquisa da Unioeste, o óleo de soja aumentou em todas, com destaque para Pato Branco (18,13%) e Dois Vizinhos (14,43%).
Segundo o professor José Maria Ramos, coordenador da pesquisa, a alta dos preços do óleo de soja nas prateleiras dos mercados é explicada pelo “alto volume de exportação, a baixa oferta interna devido à entressafra e a elevação do preço do grão no mercado internacional”.
O preço médio do arroz agulhinha ficou mais caro nas 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, com variações entre 0,39%, em Aracaju, e 37,05%, em Brasília. No Sudoeste, alta no preço do arroz parboilizado nas quatro cidades pesquisadas, com destaque para Francisco Beltrão (15,55%) e Dois Vizinhos (12,71%).
A elevação dos preços do arroz ocorreu em virtude da maior demanda “das indústrias dos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e São Paulo, ao aumento das cotações no mercado internacional e às exportações do grão. Mesmo que haja maior oferta, propiciada pelas importações, o câmbio desvalorizado deve manter elevado o valor do arroz comercializado”
O valor médio da carne bovina, de primeira, registrou alta em 16 capitais com variação entre 0,50%, em Curitiba, a 11,50%, em Brasília. A queda foi registrada em Florianópolis (-10,84%). Nas cidades pesquisadas do Sudoeste, o preço da carne aumentou em todas. As maiores altas foram em Pato Branco (5,67%) e Francisco Beltrão (4,81%). A alta do preço da carne está associada a uma menor oferta de animais para abate e ao aumento das exportações do produto.
Consumidores falam sobre aumentos
O JdeB conversou com algumas pessoas para saber a opinião com relação ao aumento nos preços dos produtos básicos:
Donaria Pereira, 65, professora aposentada – Francisco Beltrão – “Vejo que todo dia está aumentando. A carne, o óleo, o arroz. Eu geralmente compro o arroz Tio João, e ele praticamente dobrou o preço. Hoje está R$ 33, e eu pagava em média R$ 15. Até as verduras aumentaram. Está bem complicado. Para quem ganha um salário mínimo eu não sei como vive. É bem difícil.”
Leonardo Benhur Chaves, 24, analista de marketing – Francisco Beltrão – “Notei diferença no preço do óleo, arroz, macarrão. Costumeiramente, pagávamos aproximadamente R$ 250 por mês nos produtos básicos de casa. Hoje passamos de R$ 400, isso sem o custo de carne ou outras coisas. O nosso planejamento mensal saturou, porque os salários não aumentam e os produtos sim. Deixamos de comprar algumas coisas mais luxuosas no mercado como sorvete, doces, peixes. É incerto o que vem pela frente. Não conseguimos mais prever um mundo que muda com velocidade que não acompanha o nosso crescimento, seja ele profissional ou pessoal.”