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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Coletivos de mulheres lutam para romper ciclos de violência

Encontro de sábado e domingo, em Francisco Beltrão, reuniu grupos com diversas perspectivas, mas objetivos comuns.

Todos com o mesmo objetivo, mas cada um com suas perspectivas na emancipação da mulher. Assim são os coletivos femininos. No Sudoeste, o encontro regional de sábado, 7, no Calçadão, e domingo, 8, no Centro Comunitário Pedro Granzotto, em Francisco Beltrão, contou com a participação de mais de 200 pessoas. O evento teve como lema: “Mulheres em luta, semeando a unidade popular”. Este ano, é a quinta ação mundial.

“O objetivo é dar visibilidade às questões que tangem à mulher, nas diferentes formas de violência. Hoje (dia 8 de março) é um dia de emancipação, mulheres que conquistaram espaço, mas ainda há aquelas que não podem sair de casa”, comentou Suzana Lourenci, do Coletivo Lirani Franco e da Marcha Mundial das Mulheres, grupos da APP Sindicato.

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“O importante dos coletivos é a mulher conhecer sua própria história e romper os ciclos de violência. Lutamos para que todas sejamos livres. O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres”, alertou Joice Masetto, participante.

O Núcleo Maria da Penha (Numape), da Unioeste, também esteve presente. “Há um objetivo comum, que é denunciar a violência, se fortalecer como grupo e fazer com que essas informações cheguem às pessoas. É preciso lembrar das questões que ainda estão pendentes. O Dia da Mulher não é um dia apenas de comemoração”, destacou Jéssica Barancelli, do Numape.

Participantes do encontro que reuniu coletivos femininos, no Calçadão, visitaram a exposição “Nem tão doce lar”.

 

Sob mesmo teto
A violência doméstica domina os índices de agressões contra mulheres, por isso, o Capa (Centro de Apoio e Promoção de Agroecologia) trouxe a exposição “Nem tão doce lar”, criada pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD).

A metodologia foi criada em 2006, mesmo ano da promulgação da Lei Maria da Penha, em um evento na PUC, em Porto Alegre (RS). “O propósito é trazer o espaço doméstico e familiar para o espaço público, para que as pessoas possam falar sobre violência doméstica e romper aquele imaginário de que é um problema de cunho privado ou daquele ditado popular, que em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher. Quando você traz isso pro espaço público, fomenta o debate e incentiva a denúncia”, explicou Rogério Aguiar, assessor de projetos da FLD.

Além da exposição, a metodologia prevê formações de sensibilização e capacitação para agentes públicos, organizações da sociedade civil e movimentos sociais, contemplando ciclos e tipificações de violência, previstas e não previstas na Lei Maria da Penha, como a violência religiosa, fortalecimento de coletivos de mulheres e constituição ou fortalecimento redes de apoio.

A réplica da casa, que já passou por mais de 70 cidades, em 13 estados brasileiros, foi montada no coreto do Calçadão. Pelos “cômodos”, foram distribuídos objetos com sinais sutis de violência física, psicológica, financeira, religiosa etc. “O primeiro processo pra se libertar é denunciar e buscar ajuda”, acrescentou Suzana Lourenci.

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