Beltrão
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Salete, gerente da Hering, e Elaine, contratada neste final de ano.
Foto: Niomar Pereira/JdeB
O setor de comércio foi o segundo que mais gerou empregos em 2019 em Francisco Beltrão. Das 629 vagas criadas até novembro, 183 (30%) foram geradas pelas empresas do ramo comercial. Como o mês de dezembro é o “mês de ouro” para o setor, a expectativa é muito positiva. O setor que mais gerou vagas foi serviços com 400 empregos (63,5%).
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a projeção de vendas calculada para o Natal deste ano é estimada em R$ 34,5 bilhões, o que representa um avanço de +2,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. A previsão de contratação de trabalhadores temporários também aumentou de 72,7 mil para 76,5 mil vagas.
Mais empregos em Beltrão
A diretora da Agência do Trabalhador de Francisco Beltrão, Noely Thomé, afirma que durante o mês de dezembro foram pelo menos 80 colocações, sendo 40% no comércio. Uma nova rede de farmácias que está chegando no município, por exemplo, contratou 25 pessoas. A Agência do Trabalhador entrou em férias coletivas ontem e reabre dia 13 de janeiro.
Se alguém precisar de Carteira de Trabalho pode procurar o Ministério do Trabalho e se tiver que acessar o seguro-desemprego pode fazer o encaminhamento pelo aplicativo Sine Fácil. As Agências de Marmeleiro e Dois Vizinhos também darão suporte aos beltronenses neste período.
Expectativa é positiva para lojistas
O ex-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Francisco Beltrão, Ladi Dal Bem, reforça que o comércio espera comercializar no mínimo o mesmo volume de vendas de dezembro de 2018. Na opinião dele, muitas pessoas estão deixando para fazer suas compras nos últimos dias (a partir de hoje até terça-feira, véspera de Natal). Um sinal que indica melhora, na avaliação dele, é que a indústria voltou a produzir e, de um modo geral no País, mais de 70% de sua capacidade de produção está ocupada atualmente. “Se o pessoal está produzindo é porque sabe que vai vender. Eu mesmo tenho uma pequena indústria e percebi um aumento na demanda.”
Ladi também está precisando de trabalhadores para sua indústria de confecções e de vendedores para a loja. “Como não encontrei ninguém com experiência até agora, estava aceitando até contratar alguém para treinar. Mas vou esperar um pouco mais e contratar no início de janeiro quando as grandes redes tendem a demitir os trabalhadores temporários contratados para o final de ano.”
Empresas contratam para suprir demanda
O empresário Cleverton, da Doces Mirim, comenta que os pedidos de encomendas também aumentam significativamente nesta época. “Já fizemos mais de dez mil cestas de Natal. Muitas delas para entidades e empresas que costumam fazer doação.” A empresa contratou dois funcionários temporários para ajudar no período da tarde, principalmente na montagem das cestas personalizadas. Segundo Cleverton, em virtude do período de férias escolares, quando as crianças estão em casa, a procura por doces e salgados também é maior.
Denilso Baldo, diretor administrativo da Rede Forte de Supermercados, relata que as empresas do setor contratam bem menos trabalhadores temporários do que os demais segmentos comerciais. “Talvez ocorram algumas contratações pontuais como empacotadores, caixas, mas o principal mesmo no ramo de mercados é reforçar os estoques com produtos. Normalmente, os estabelecimentos investem mais em horas-extras para os dias que ficam com horário estendido até mais tarde”, comenta.
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Brenda, no seu 1º emprego, e Lucas, gerente da Tic Tac.
Foto: Niomar Pereira/JdeB
Vagas temporárias podem virar definitivas
A loja Hering de Francisco Beltrão estava com bom movimento na tarde de ontem. A gerente Salete Rockemback informa que contratou cinco trabalhadores temporários (quatro vendedores e uma pessoa para o caixa). “A gente se planejou e previu que teríamos essa necessidade com base nas vendas do ano passado.” Entretanto, ela estranhou que a loja recebeu poucos currículos neste ano, então, procurou por mão de obra na Agência do Trabalhador. Agora a equipe está completa: 10 vendedores, duas caixas, um estoquista, um auxiliar e a gerente. Salete adianta que a tendência é de que alguns trabalhadores sejam efetivados a partir de janeiro, porque a equipe vinha trabalhando com defasagem.
Elaine Bertella de Souza é uma das trabalhadoras contratadas na Hering. Antes trabalhava como caixa em um supermercado, contudo, os expedientes de final de semana eram muito cansativos, então, optou por trocar de empresa. Elaine é natural de Curitiba, chegou a Francisco Beltrão há um ano e meio e não teve dificuldade para encontrar emprego, pois tem mais de 12 de experiência na função. Ela espera ter sua carteira assinada em definitivo no ano que vem.
Outra empresa tradicional de Francisco Beltrão que sempre reforça sua equipe para final de ano é a Tic Tac. O gerente Lucas Andrade conta que entre novembro e dezembro já são 14 contratações para os vários setores da loja. Uma delas é a jovem Brenda Gamla, de 17 anos, que está no primeiro emprego. Ela recebeu a indicação da vaga de uma amiga, levou o currículo, fez entrevista e está trabalhando. “É importante para adquirir experiência, tira a gente da zona de conforto e ajuda a aprender a ter mais responsabilidade”, frisa. Brenda terminou o Ensino Médio e pretende cursar Farmácia no próximo ano.
De acordo com Lucas, a contratação de temporários é um movimento natural das empresas, prevendo aumento das vendas, que neste ano deve variar entre 3% a 5% com relação ao mesmo período do ano passado. “Há uma procura muito grande por brinquedos e produtos de relojoaria e ótica. Muitas pessoas estão presenteando a si próprias.”
Na avaliação dele há boas oportunidades no mercado de trabalho. Contudo, estão sobrando vagas e faltando pessoas com qualificação. “Tivemos dificuldade para preencher nossos quadros”, disse.
Se liga na dica
Empresas trocam experiência por força de vontade e pró-atividade
Nas entrevistas que o Jornal de Beltrão fez na tarde de ontem ficou subentendida uma certa queixa das empresas em virtude da indisposição das pessoas que estão procurando emprego. Na Tic Tac, o gerente Lucas revelou que alguns candidatos sequer tinham interesse em preencher o currículo próprio da empresa que é um pouco mais detalhado. Conforme disse, ganham pontos os candidatos que sabem falar bem, sabem se portar diante das pessoas e têm força de vontade. Na Hering, a gerente explicou que ter experiência na função é importante, mas que a principal característica que a empresa busca é a pró-atividade. Como dito acima, ela também estranhou que o desemprego esteja alto no País e que tenha recebido poucos currículos em seu estabelecimento.

Centro de Beltrão, ontem à noite: até o Natal, pode-se sair para as compras à noite.
Foto: Ivo Pegoraro/JdeB