Congresso reuniu mais de mil pessoas do Brasil e da Argentina
Foi encerrado sábado, 11, o 3º Congresso Internacional de Educação de Francisco Beltrão, que contou com mais de mil participantes, entre professores da rede pública, privada, acadêmicos de pedagogia e docentes de faculdades e universidades.
Participaram pessoas de todo o Paraná e dos Estados de Santa Catarina e São Paulo. Além disso, um grupo de professores de uma província de Misiones, na Argentina veio avaliar o método de educação adotado no Paraná, para aplicá-lo na sua rede de ensino.
O método de ensino que o Paraná adota é o da Pedagogia Histórico-crítica, que se baseia em inserir o conhecimento da escola na realidade e cotidiano de cada aluno. De acordo com essa corrente de ensino, os alunos devem expor seu conhecimento e a partir do que o aluno já sabe o professor deve acrescentar informações, aplicando a teoria à realidade dos estudantes.
Uma das participantes foi a professora Eliana Arcângelo, que trabalha com educação infantil e ministra aulas de língua portuguesa. ?As palestras foram muito eficientes; tudo foi muito positivo principalmente no sentido do crescimento profissional?, avaliou. Este foi o terceiro ano que Eliana participou do congresso e pretende voltar nos próximos anos. ?Vale a pena?, resumiu.
Para a presidente da comissão organizadora do evento, Neide Maria Ferreira, a avaliação final foi excelente devido ao comparecimento em massa dos professores e universitários. ?A platéia foi organizada, silenciosa e participativa?, comemorou.
Pela grande procura de inscrições, o evento foi realizado em dois locais: no anfiteatro da Unioeste e no Cesul. ?Foi melhor que no ano passado e em 2005 será melhor ainda!?, espera Neide.
A realização foi da DP Consultoria com apoio do Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão, dos diretores estaduais e empresas beltronenses.
Pedagogia Histórico-Crítica
Um dos palestrantes, o professor João Luiz Gasparin, comparou a pedagogia antigamente adotada e a pedagogia histórico-crítica. De acordo com ele, os professores costumavam entrar em sala de aula e partir do pressuposto que o aluno é um completo ignorante do assunto que será tratado. Muitas vezes o aluno realmente o é, do ponto de vista da teoria, na prática os alunos já conhecem o assunto abordado.
Como exemplo, Gasparin citou uma aula em que o professor falaria sobre os estados físicos da matéria. Com a pedagogia histórico crítica, o professor convida o aluno a falar dos estados físicos da água, com os quais o alunos tem contato todos os dias. Depois que os alunos revelaram o que conheciam do assunto, o professor vai explicar os fenômenos físicos com a teoria que está no livro. Dessa forma, os alunos passarão a olhar o vapor da chaleira ou o cubo de gelo, com outros olhos, compreendendo o que aconteceu e podendo interagir com o seu novo conhecimento.
Antigamente, os alunos conheciam as teorias sem saber correlacionar e aplicá-las ao seu cotidiano.
Dessa forma, os conteúdos seriam aplicados apenas às provas e exames e não teriam uso no dia-a-dia.
?Todo o conteúdo aprendido em sala de aula tem uma prática, queremos que a criança possa verificar a realidade sob o prisma científico?, enfatizou Gasparin.