Construção Civil registra grande crescimento em 2004
O setor da construção civil de Francisco Beltrão é um dos que mais cresce nos últimos meses. Em julho, foram cadastradas 23 novas obras na Secretaria Municipal de Urbanismo. No ano, já foram liberados 257 alvarás para novas construções. Em 2003, foram liberados 357 alvarás, com total de área construída de 75.045 m², logo, o aumento deste ano, até o momento, é de 23% superior ao ano passado.
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil estima que entre 1.000 e 1.800 pessoas trabalham no setor com carteira assinada. O presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Sudoeste do Paraná, Gerson Werlang, calcula que em uma casa média, com 200 m², há trabalho para seis pessoas, entre pedreiro, mestre-de-obras e outros. A mesma obra ainda mobiliza, no mínimo, outras cinco vagas de empregos indiretos. Com base nessa média, pode-se calcular que em 2003 a construção civil empregou aproximadamente 2.250 pessoas diretamente e mais 1.875 indiretamente.
Investimentos
No final da década de 90, o setor de construção teve seus melhores anos, com grandes investimentos. Noventa e cinco foi o ano em que mais se construiu casas no município e em 1996, o setor industrial e comercial fez com que a cidade batesse um recorde de área construída, chegando a 94.086, 95 m². Recentemente, a construção civil ganhou novo fôlego e volta a ser um setor de crescimento.
?O que se construir em Beltrão, se vende ou se aluga. Aqui o imóvel não fica vazio?, relata o corretor de imóveis Élcio Casaril. Há um déficit imobiliário muito grande na cidade, o que representa uma oportunidade de investimento com retorno garantido. Os imóveis para a venda têm um alto valor, em comparação com os imóveis de outras cidades da região. Uma casa que em Pato Branco pode valer R$ 50 mil, em Francisco Beltrão estão pedindo de R$ 60 mil a R$ 70 mil.
Outra opção de investimento é o imóvel para locação. ?As pessoas estão tirando o dinheiro da poupança para construir e alugar. O rendimento de um aluguel vai de 1,5 a 2% do valor investido, e a poupança não chega à metade disso?, relata Casaril.
Construtoras e empresários estão investindo em conjuntos residenciais com perfil para locação. Um desses conjuntos fica na rua Romeu Lauro Werlang, no bairro Industrial. São 15 apartamentos com 70 m², que esperam apenas a instalação elétrica para serem habitados. Nesse mesmo residencial, devem ser construídas mais nove quitinetes. Ainda há mais dois conjuntos de apartamentos sendo construídos próximos às universidades, fora os que já estão prontos.
Financiamentos
Além dos investimentos de construtoras e empresários, muitas pessoas estão financiando parte das obras para pagar as parcelas do financiamento com o valor da locação e ter o imóvel como garantia de renda na aposentadoria.
O gerente da Caixa Econômica Federal, Antonio Minuk, informa que no segundo semestre de 2003 o número de pessoas procurando o financiamento para construção aumentou muito. Apenas neste ano, foram realizadas uma média de 110 liberações de verba. Em 30 anos, a CEF de Francisco Beltrão financiou 2.218 moradias.
Existem três modalidades de financiamento para a construção.
A linha para compra de materiais oferece até R$ 7 mil, com parcelamento máximo de 96 meses, feita diretamente na loja de materiais.
O Construcard é um financiamento com limite de crédito conforme a renda, parcelado em até 36 meses. A linha de financiamento de construção oferece crédito de até 100% do custo da obra, com parcelamento máximo de 15 anos. (S. Z.)