Atraso na chegada do frio e maior cuidado com os gastos fizeram consumidores replanejar a compra do presente, mas teve loja que vendeu até 30% mais.
Ladi Dal Bem: quantidade de vendas pode ter sido maior, mas volume ficou abaixo do esperado.
Considerado o Natal do primeiro semestre, o Dia das Mães levou muita gente às lojas de Francisco Beltrão. Na semana passada o comércio da cidade funcionou até à noite e no sábado o atendimento seguiu até às 18 horas, com ruas e estabelecimentos movimentados. O indício de aumento nas vendas, no entanto, não se confirmou, segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), que avaliou que a data não superou a do ano passado em volume de vendas.
“De um lado temos esse atraso na chegada do frio, que fez com que muitas lojas vendessem poucas botas e confecções mais pesadas, artigos geralmente mais caros e que foram substituídos por outros, mais baratos; há ainda a questão de que as pessoas estão mais cuidadosas com os gastos e isso também influenciou as vendas”, afirma o presidente da CDL de Francisco Beltrão, Ladi Dal Bem.
Segundo o dirigente lojista, um exemplo sintetiza bem a lógica dos consumidores quanto a falta de frio até agora: quem compraria um casaco ou uma bota com valor médio de R$ 250 optou por blusinhas e sapatilhas, com preço médio de R$ 50 a R$ 70. “O número de vendas até pode ser maior, mas, pelas nossas avaliações, o volume ficou aquém do esperado para a data”, explica Dal Bem, que conversou com comerciantes ontem e também teve acesso a um levantamento prévio da CDL.
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Crescimento de 5% no País
No Brasil, o crescimento das vendas para o Dia das Mães teve o melhor desempenho desde 2013, segundo dados do indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio. Na semana passada, as vendas do comércio cresceram 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
O clima de otimismo do varejo à nível nacional também previa crescimento em Francisco Beltrão, onde desde agosto estão sendo realizadas mais vendas que nos mesmos meses de anos anteriores, de acordo com a CDL. “Essa expectativa, porém, não se confirmou no geral, mesmo algumas lojas tendo registrado aumento”, diz Ladi.
Lojas venderam até 30% mais
Apesar do resultado geral ter frustrado a expectativa de comerciantes, algumas lojas de Francisco Beltrão chegaram a bons resultados com as vendas de maio. A Tic-Tac, por exemplo, afirma ter comercializado 10% a mais que em 2017; as joias puxaram as vendas. “A movimentação superou as nossas previsões e também evidenciaram uma mudança de comportamento do consumidor, que comprou mais artigos de uso individual para as mães que aqueles de uso coletivo, como mais joias ao invés de jogos de panelas”, diz o gerente Lucas Andrade.
Quem também comemorou crescimento nas vendas foi a gerente Franciele Fragata, da Atrevida Moda Íntima. “O frio de sexta e sábado ajudou a vender muitos pijamas e roupões de inverno e, no geral, o Dia das Mães foi de 20 a 30% melhor que o do ano passado”, comenta.
Em Pato Branco, lojistas venderam 10% mais que no ano passado
Por Beto Rossatti
As vendas no comércio de Pato Branco foram maiores que em 2017, acredita-se que num percentual de 10%. A estimativa é da Câmara dos Dirigentes Lojistas do município, órgão ligado ao Sindicato Varejista. Segundo a empresária Fernanda Ody Barp, diretora da CDL de Pato Branco, o aumento foi comemorado pelos empresários, e teve ainda a ajuda do primeiro frio do ano. “Tivemos a sorte de chegar junto com o Dia das Mães uma massa de ar frio, que levou muita gente para o comércio se preparar para o inverno que está chegando”.
O movimento na cidade, sábado, véspera do Dia das Mães, foi grande e encontrar uma vaga para estacionar no centro era um achado. O comércio funcionou até as 16 horas, aproveitando o dia para faturar. Consumidores que deixaram a compra do presente para a última hora tiveram que enfrentar filas.
