Distribuição de mudas, demonstrações da Sanepar e campanha de recolhimento de lixo foram as atividades executadas na praça central ligadas à preservação ambiental.

Em Francisco Beltrão, a comemoração do Dia Mundial da Água, ontem, formou uma rede de ações de proteção ao meio ambiente. No Calçadão, durante todo o dia, empresas parceiras e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente trabalharam em atividades que, dentro de cada área específica, ajudam na preservação da água. A data, 22 de março, foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para propagar a importância desse bem, fundamental para a sobrevivência humana.
O fiscal Emmanuel Olivo e Valmor Werle, do setor de Arborização da secretaria, foram os responsáveis pela distribuição de mudas nativas – cereja, pitanga, ameixa, fruta do conde, pata-de-vaca e pau-brasil. Dona Maria Iris pegou mudas de cereja e fruta do conde, que distribuiu para familiares. “Levei até para meu sobrinho neto em Pato Branco”, contou.
“As pessoas têm que tomar noção do que é o meio ambiente, principalmente os rios. Não é só o poder público fazer campanha. As pessoas esperam pelos outros e não fazem sua parte [para preservar]. Educação tem que estar à frente de tudo”, ensinou a professora aposentada.
“Do rio ao rio”
A Sanepar montou sistemas demonstrativos dos processos básicos para tratar, distribuir e comercializar a água. “É o processo chamado ‘do rio ao rio’, em que a Sanepar coleta, trata, armazena, distribui e entrega na casa da população. Aí coleta o esgoto, trata e devolve pro rio”, explicou o técnico gestor ambiental Adrio Trevisan.
Em cada parte desses processos há uma gama de serviços que a empresa executa, como a pesquisa de vazamentos na rede. “Por esmagamento de terra, por pedra, trânsito pesado, uma série de fatores, a rede sofre rachaduras, interferências que são prejudiciais para o sistema, porque é uma água tratada, que já teve um custo pra ser bombeada, é água boa que está indo fora”, exemplificou Adrio.
Na tenda montada pela companhia de saneamento, estavam expostos ainda registros de manobra – para fechar determinados setores para manutenção -, ligações de água canceladas e até mesmo um registro de 400 mm, utilizado em adutoras de coleta e distribuição de água.

10 toneladas de lixo eletrônico
A Ambients, empresa parceira da Secretaria de Meio Ambiente, também promoveu a primeira campanha de recolhimento de lixo eletrônico de 2017. A expectativa era coletar mais de 10 toneladas de materiais que não podem ser descartados no lixo comum, como computadores, celulares, mouses, televisores, micro-ondas, entre outros. “São feitas quatro campanhas anuais, as próximas vão ser em junho, outubro e dezembro. A empresa tem licença do IAP para fazer isso, porque aqui tem bastante materiais contaminados”, disse César Vetorello, um dos proprietários da Ambients.
No ano passado, as campanhas tiveram um volume total de 50 toneladas de resíduos que receberam a destinação correta. Ontem pela manhã, quando a reportagem esteve no Calçadão, quatro cargas de caminhonete já haviam sido armazenadas pela empresa. “Francisco Beltrão está de parabéns, a população se engajou nessa campanha, faz seis anos, criou-se um hábito de trazer aqui”, destacou César.
Segundo o empresário, 70% dos materiais são reaproveitados pela Ambients e os outros 30% são resíduos ditos contaminados, que precisam ser repassados para uma empresa que trabalha com lixo industrial. “Nós pagamos por tonelada para mandar esses resíduos, porque não podemos pegar a parte boa e deixar a parte ruim para trás”, completou.
Seu Nilvo Gai levou para o Calçadão um televisor que não usa mais e ressaltou a importância de ações como esta, porque às vezes “não se sabe o que fazer” com esses materiais. Já Maria e Marli Romanoski encheram um carro com itens sem uso. Elas deixaram no local um televisor, um computador completo e mais dois monitores.
Entre uma campanha e outra, a empresa continua recolhendo os eletrônicos que perderam utilidade. Para isso, existem três ecopontos: Eletrônica Tabajara, IGS Informática e Eletrônica Scotti. “Não pode ser levado toner, que tem pó químico dentro, e lâmpada fluorescente”, lembrou César. Esses materiais devem ser devolvidos onde foram comprados, de acordo com o artigo 33 da Lei n° 12.305/2010, na chamada logística reversa.

César Vetorello recebeu os materiais.
Fotos: Aline Leonardo/JdeB