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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Discurso de Sueli Baleeiro de Lacerda na inauguração do Ecomuseu

Beltrão

O discurso da professora Sueli, viúva de Jorge Baleeiro, foi apresentado por João Francisco Sanczkoski:

“Em sua definição, o ecomuseu é um espaço que pretende valorizar o patrimônio material e imaterial de uma região e de uma população, contando com a participação da sua comunidade local.

Para Georges Henri Rivière, museólogo francês, o ecomuseu é um espelho no qual a população se olha e busca se reconhecer, no qual ela procura uma explicação para o território ao qual ela está unida.

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Atua como um instrumento que esta população tem às suas ordens para melhor se conhecer, no que diz respeito ao seu trabalho, seus comportamentos, sua intimidade.

É, também, um laboratório na medida em que contribui para o estudo histórico e contemporâneo dessa população; e um conservatório na medida em que ajuda na preservação e na valorização do seu patrimônio natural e cultural.

Como um todo, o ecomuseu é uma expressão do homem e da natureza, mas também uma expressão do tempo e uma interpretação do espaço.

Se olharmos para a vida de Jorge Baleeiro de Lacerda, estudioso que empresta seu nome a este local cuja inauguração prestigiamos, veremos que sua trajetória sempre se pautou pelo registro do ser humano em múltiplas situações, em suas diferentes etnias e características; e em sua relação com a natureza, em todas as suas dimensões.

Para tal, Jorge registrou fatos que, caso não o fizessem, estariam fadados ao esquecimento. Trouxe o tempo passado para o presente, permitindo a recuperação da memória e possibilitando interpretações e análises futuras.

Ele trazia a seus leitores fatos históricos, descobertos através de seu insaciável desejo de conhecimento, de sua capacidade de descobrir novos temas, de buscar situações prosaicas pouco conhecidas e de entender e registrar problemas sociais em diversas nuances.

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Ministrou aulas, palestras, fez conferências, doou livros, dividiu sua cultura com quem aceitasse. Esmerou-se em estimular os jovens ao estudo, à leitura, a adquirir cultura mesmo quando em dificuldades e com sacrifícios, mas com determinação e confiança em si mesmos.

Conversou com homens e mulheres das mais diferentes classes sociais e posições, fossem ricos ou pobres, intelectuais ou ignorantes. E, se algo a eles ensinou, com certeza com todos eles muito aprendeu.

Assim, fortalecia a cidadania e o respeito à diversidade cultural, valorizando a preservação da cultura da população, seja local, seja regional. Fez isso desde locais conhecidos até lugares perdidos no Brasil profundo, passando pela missão de valorizar também a história e a gente do Sudoeste do Paraná e de Francisco Beltrão, sua casa durante anos.

Para sua família e amigos; e para as instituições as quais contribuiu em vida, Jorge sempre esteve associado ao conceito de Cultura. E se um ecomuseu tem um papel tão importante na interpretação da cultura e na educação do homem, no fortalecimento da cidadania e do respeito à diversidade cultural, então cabe-lhe, sem dúvida, o nome de Jorge Baleeiro de Lacerda.

João Sanczkoski, Sueli Beviláqua Baleeiro de Lacerda e o prefeito Cleber Fontana, numa foto de quarta-feira diante da foto do Jorge Baleeiro de Lacerda, no museu que leva seu nome.

Foto: Murilo Somenssi/Assessoria de Imprensa Pref. FB

 

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