
JdeB – A exibição do documentário “Rio das Perdas – Francisco Beltrão e a grande enchente de 83” transformou o auditório da Associação Empresarial em um cinema. A temática cinematográfica foi a inspiração para o último Café Acefb do ano, realizado ontem com direito à pipoca, mostra fotográfica da enchente e até um projeto de cinema dos anos 60.
“Estamos fechando nossos encontros semanais com um café diferente e trazendo um tema que une a produção audiovisual local com um episódio que marcou muito a cidade, inclusive o meio empresarial”, destacou o presidente da Acefb, William Madruga. A “sessão” foi acompanhada por convidados, empresários, pessoas que participaram do documentário e representantes de diversos setores.
O material exibido é fruto da Lei Paulo Gustavo de incentivo à cultura. O roteiro foi produzido e dirigido pelos jornalistas Leandro Czerniaski e Jônatas Araújo, com a captação de depoimentos, pesquisa de dados e levantamento de imagens da época. Foram duas enchentes em cerca de 40 dias, que desabrigaram 4 mil pessoas na cidade. “É um evento ainda muito presente na memória coletiva de Beltrão, mas com poucos registros. A proposta do documentário foi a de resgatar esse episódio para relembrar não apenas a tragédia, mas como ela propiciou algumas mudanças em termos de planejamento da cidade”, conta Leandro.

Após a exibição, alguns entrevistados deram seu depoimento sobre a produção. O empresário Edgar Behne, do grupo MSA, citou que a fábrica foi inundada na época, o que obrigou a mudança da planta para uma área sem risco de alagamentos. E Dalcy Salvatti, que era secretário de Urbanismo, pontuou as medidas tomadas para mitigar os efeitos das cheias do Rio Marrecas e a nova visão sobre a organização da cidade.
“Tem pessoas que comparam as enchentes de 83 à Revolta dos Posseiros, em termos de quanto isso desanimou os moradores da cidade, e muita gente foi embora. Mas muitas medidas foram tomadas pra reverter isso, mostrando o quanto as pessoas e instituições daqui são resilientes”, completa Jônatas. O documentário está disponível no Youtube.