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Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Dois dos principais sintomas podem ser tratados

Neurocirurgião explica técnica capaz de tratar algumas características desta doença

 

O ator Paulo José, acometido pela doença há mais de 20 anos,
interpreta Benjamin.

 

Quem acompanha a nova novela das 21h, ‘Em Família’,  pôde se sensibilizar ou até se identificar com o personagem vivido pelo ator Paulo José que, na pele de ‘Benjamin’, transpõe o que vive na vida real com o Mal de Parkinson, doença que apesar de interferir na vida do portador, pode ser controlada com técnica cirúrgica capaz de reinseri-lo às suas atividades cotidianas.
Dr. Claudio Fernandes Corrêa, neurocirurgião funcional especialista em movimentos involuntários, explica que o Mal de Parkinson é uma doença neurológica decorrente da degeneração dos neurônios situados em região específica do cérebro, chamada substância negra. “Esta substância é responsável pela produção da dopamina, um importante elemento da transmissão nervosa vinculada aos músculos e controle motor do indivíduo.”

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O médico, que tem mais de 30 anos de atuação, relata “que apesar da causa desta diminuição de dopamina nas células nervosas estar relacionada com o envelhecimento, pessoas jovens também podem ser acometidas pela doença, sendo, nestes casos, com evolução mais acelerada”. Um exemplo é o ator do clássico ‘De Volta para o Futuro, Michael J. Fox, que recebeu seu diagnóstico na faixa dos 30 anos.

Especificamente ao caso do ator Paulo José, acometido pela doença há mais de 20 anos, através de seu personagem, consegue mostrar que, quando bem tratado, o Parkinson pode ter parte dos sintomas revertidos e permitir que o paciente desempenhe suas atividades normalmente, incluindo a capacidade de trabalhar e realizar atividades que contribuem para o seu bem-estar e sua qualidade de vida.

 Técnica menos invasiva
Dr. Claudio Corrêa contextualiza que, apesar de não ter cura, existe uma técnica cirúrgica minimamente invasiva capaz de tratar dois dos sintomas mais importantes e debilitantes que caracterizam o Parkinsoniano, que são os tremores e a rigidez muscular. Trata-se da Deep Brain Estimulation, ou Neuroestimulação Profunda do Cérebro, que consiste no implante de eletrodos em região específica do encéfalo, capaz de controlar estes sintomas. Esta técnica foi realizada pelo ator Paulo José na vida real.

Programa de computador
“O procedimento tem o auxílio de um software, que cruza as imagens de ressonância magnética do paciente com mapas científicos, apontando com precisão o local exato a ser estimulado, com a ajuda de um físico, que permanece o tempo todo na sala de cirurgia. A técnica é realizada com o paciente acordado para que ele possa fornecer o feedback dos movimentos no ato em que o alvo está sendo estimulado e assim garantir a efetividade dos resultados. Uma vez implantado o eletrodo, ele passa a ser monitorado periodicamente, para possíveis ajustes, se necessário.”

O médico explica que entre as vantagens da cirurgia, está o fato de não ser técnica que lesiona alguma estrutura cerebral e por ser potencialmente reversível. Além, é claro, da qualidade de vida gerada ao paciente que volta a se integrar de forma mais natural às suas atividades e relacionamentos sociais.
“Os resultados da cirurgia serão melhores de acordo com o tempo da doença e avanço dos sintomas, não devendo exceder o período de total esgotamento da terapia com medicamentos, em que os movimentos já estejam muito debilitados; ou seja, o paciente candidato ao procedimento operatório não deve esperar uma limitação significativa de sua atividade física. Se a resposta com os medicamentos não trouxer um resultado clínico satisfatório, o procedimento cirúrgico deve ser proposto”, finaliza o médico. 

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