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Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Em Beltrão, congresso dioesano comemora o Dia do Catequista

Eles participaram de caminhada, missa e palestra.

 

Os catequistas durante a missa celebrada pelo padre Geraldo Macagnan.

O Congresso Diocesano da Pastoral da Catequese, domingo, 16, em Francisco Beltrão, reuniu 3.400 pessoas. A acolhida aconteceu no Calçadão Central, pelo padre Deoclézio Wigineski e a coordenação da Pastoral da Catequese. Do Calçadão, o pessoal seguiu, em procissão, pela Rua Curitiba, até o centro de eventos, no Bairro Miniguaçu, onde o padre Geraldo Macagnan, administrador da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, celebrou missa especial acompanhado de outros sacerdotes. À tarde, teve palestra e reflexão com Jorge Trevisol e outras atividades. Neste evento, a Diocese agradeceu o trabalho de voluntários e comemorou o Dia do Catequista – são cerca de 7 mil catequistas em 47 paróquias. 

O clima era de empolgação entre os participantes. Mesmo com o sol forte da manhã, as pessoas percorreram os dois quilômetros da passeata sem problemas. Neste ano, o congresso teve como lema “A catequese na vida da Igreja a caminho do discipulado” e tema “Enquanto iam conversando pelo caminho, o mesmo Jesus aproximou-se e caminhava com eles”. 

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Agentes de formação
Débora Pupo, da coordenação diocesana da Pastoral da Catequese, disse que a intenção é que, na Igreja Católica, os catequistas sejam vistos como formadores. “Nós estamos procurando destacar a caminhada dos catequistas dentro da Igreja, que eles sejam vistos como formadores de discípulos missionários, não uma catequese que simplesmente repassa doutrinas, repassa conteúdos, mas também uma catequese que leva (as pessoas) para o encontro com Jesus Cristo.”
Entre os participantes, muitos catequistas jovens. Débora observou que “a catequese continua sendo uma pastoral que ainda chama, então nós temos ainda aquele estigma de que os adolescentes somem da catequese, de que os jovens somem da igreja, mas não é verdade, se nós formos ver, os jovens e adolescentes que retornam é uma quantidade importante, mas se o jovem tem espaço, ele retorna e assume com entusiasmo”.

Momento de valorização
Padre Geraldo Macagnan, administrador da diocese até a nomeação do novo bispo pelo papa Francisco, também prestigiou o congresso e destacou o trabalho da catequese. “Ser catequista é fazer uma experiência de partilha do dom da fé, eles fazem com muita clareza (este trabalho), fazem com muita dedicação, por isso celebrar esse congresso é uma forma de reavivar nele toda essa chama e, ao mesmo tempo, dizer obrigado a eles pelo trabalho que realizam em nossa diocese.”
A Igreja Católica enfrenta desafios na catequese, trabalho que abrange crianças e pré-adolescentes. No interior, o número de moradores está diminuindo e, consequentemente, também vem reduzindo o número de crianças e adolescentes matriculados na catequese. Nas cidades, as crianças e adolescentes hoje estão muito ligadas à tecnologia – TVs e jogos eletrônicos pela internet. Por outro lado, há muitos adolescentes e jovens que se dedicam como catequistas. 

Êxodo rural continua forte
Um pouco desta realidade foi observada pelo JdeB entre os participantes. Dona Eldete Recalcatti, do Rio Saltinho, interior de Beltrão, atuou como catequista durante três anos e há 30 deixou a catequese. Recentemente, voltou à função para dar aulas a duas crianças – uma é sua neta. “Voltei este ano, mas já tem muitos anos que eu fui catequista”, comentou. Ela salientou os desafios para a atividade no interior, dizendo que “a gente vê a necessidade de cada um, hoje em dia tá muito difícil, são muitos sacrifícios pras pessoas também, como a distânci, mas se nós não fizermos nada por essas crianças, quem é que vai fazer?”, questionou.
Dona Eldete contou que as comunidades estão ficando pequenas, “tem catequista com um aluno ou no máximo quatro, na nossa comunidade já tem pouco. Mas o amor e o carinho, a dedicação é a mesma e as crianças são muito inteligentes. A gente aprende muito com eles também. Eu já sou avó, tenho uma neta agora de 16 anos e tenho outra neta de 10 anos que eu tô dando catequese pra ela e mais uma coleguinha”.
Na Linha Vargem Grande, em Realeza, a catequista é Marciane da Silva Pola, de 20 anos. Ela não aparenta a idade que tem. Em 2014, começou a dar catequese. Marciane começou por vontade própria e tem outras amigas que também são catequistas. A realidade não é muito diferente da encontrada por dona Eldete. Marciane dá aula para apenas três alunos.

A saída da procissão pela Rua Curitiba até o parque de exposições de Beltrão. 

 

 

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