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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Em encontro, sindicalistas destacam que o Sudoeste “foi celeiro de lideranças”

Ex-dirigentes de sindicatos de trabalhadores lembram das mobilizações e conquistas.

Companheiros do movimento sindical das décadas de 1980, 1990 e 2000 da região Sudoeste participaram no último sábado, 28, no Dom Zu Centro de Eventos, em Francisco Beltrão, de uma confraternização com almoço. Muitos abraços e lembranças de mobilizações, antigas reivindicações e conquistas foram a tônica dos pronunciamentos. Os participantes trouxeram fotos que foram espalhadas em diversas mesas e as pessoas falaram sobre aqueles momentos e o que representaram para elas.

Estiveram no encontro os ex-deputados Pedro Tonelli (Capanema), Ovídio Constantino (Dois Vizinhos) e Assis do Couto (Beltrão/Planalto) e a deputada Luciana Rafagnin (Beltrão), o advogado e ex-vice-prefeito Arni Hall (Beltrão), ex e atuais dirigentes de entidades de trabalhadores rurais e urbanos. Um consenso entre os participantes foi de que o Sudoeste formou e exportou para outras regiões muitas lideranças sindicais e políticas, notadamente ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Região exportou organização
Vera Dapont, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marmeleiro, foi uma das que se pronunciaram. “A minha história se mistura com cada um dos que foram citados aqui”, disse, acrescentando que “o Sudoeste é um celeiro de lideranças”.

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Marizete Moreira da Silva falou em nome de sua mãe, Mariana (em memória), de Dois Vizinhos: “Eles [líderes mais velhos] lutaram muito por vários direitos, lutaram muito pela aposentadoria da mulher aos 55 anos”.

Zeno Minuzzo, que atuou como líder sindical em Pérola D’Oeste e hoje mora em Colombo, foi na mesma linha de outros oradores. “O Sudoeste é um diferencial no Paraná. O Sudoeste exportou para o Paraná, do ponto de vista de organização e história dos trabalhadores”, disse, lembrando do trabalho da Assesoar, que criou o Fundo Rotativo e deu início à Cresol.

Um histórico
Jairo Zatta, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Renascença e hoje residindo em Beltrão, onde mantém propriedade rural e se dedica à apicultura, historiou um pouco do objetivo do encontro e das lutas do movimento sindical. “Primeiro era pra resgatar a história dos momentos desde que começou, na época da Revolta de 57, foi um dos grandes movimentos do Sudoeste, depois a suinocultura [movimento em 1979 devido à peste suína], a questão dos bancos também foi muito forte [décadas de 1980 e 1990], os laticínios [começo da década de 2000] e veio vindo… Aí, por conta disso, se criou esse modelo novo de sindicalismo que partiu para a luta, que o sindicato na época [décadas de 1960 e 1970] representava o posto de saúde, era um braço do governo e passou a ter autonomia e lutar por seus direitos agricultores, que era a luta pela terra, por crédito, habitação e uma questão interessante é que nós fazíamos a mobilização que fechava banco, fechava isso e aquilo e depois de uns dias voltava tudo igual”. Muitas lideranças surgiram das pastorais da Terra, da Juventude, da CPT e dentro da própria Igreja Católica e dos cursos da Associação de Estudos e Orientação e Assistência Rural (Assesoar), de Beltrão.

Jairo também lembrou de diversas mobilizações, mas faltava poder político, “não adiantava só estar brigando com quem estava no poder, aí também partimos para o lado de criar, de eleger nossos representantes e o Pedro Tonelli foi o primeiro deputado estadual, aí veio o Ovídio Constantino, a Luciana, o Assis, o Tonelli foi pra federal, elegemos o Lula e a luta pela terra também foi uma coisa muito forte. Inclusive, tem o assentamento aqui de Francisco Beltrão que a gente ajudou na época, hoje deve ter umas 150 famílias que estão em desenvolvimento local, Marmeleiro, Renascença, enfim, crédito, a Cresol surgiu destes movimentos, a Previdência, na mudança da Constituição, nós tivemos um papel fundamental pra ter os direitos que temos hoje”. Entusiasmado, Jairo disse “é uma alegria rever e relembrar as lutas, porque as conquistas foram muitas”.

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