Instalada ontem, a unidade de transferência de tecnologia funcionará dentro da UTFPR de Francisco Beltrão, mas terá atuação regional em quatro eixos: sucessão familiar, hortifruti, leite e agroindústrias

Instalada oficialmente ontem, 24, a unidade da Embrapa do Sudoeste já começa com profissionais atuando e editais para a seleção de pesquisas na área agropecuária. Na região, a Embrapa irá funcionar como uma Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT), um modelo pioneiro no País que será gerido por entidades ligadas à agricultura, universidades e órgão governamentais.
A UMIPTT funcionará em um espaço no campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Francisco Beltrão e inicialmente terá dois profissionais da Embrapa, que vieram de diferentes regiões do país e foram apresentados nesta sexta.
A analista Andrea Becker tem formação em Ciências Econômicas, é mestre em Agronomia e especialista em Administração Rural e atuava no Rio Grande do Sul. Já o pesquisador Gilmar Meneghetti foi transferido do Amazonas e também é da área de Agronomia, mas com experiência em zootecnia, transformação de produtos agropecuários e planejamento e elaboração de projetos de desenvolvimento rural. Sua área de pesquisa é ligada à agricultura familiar.
Ambos os profissionais começam a trabalhar a partir da próxima segunda-feira com o levantamento de ativos tecnológicos regionais nas áreas de leite, hortifruti, sucessão familiar e agroindústrias, os quatro eixos de atuação da UMIPTT.
União de forças tornou Embrapa realidade
O envolvimento de diversas entidades, órgãos governamentais, universidades e representantes políticos da região foi o principal tom dos discursos no evento de instalação da UMIPTT, realizado na Amsop. O secretário de Desenvolvimento Rural de Francisco Beltrão e um dos coordenadores do processo de implantação, Nelcir Basso, destacou a atuação de vários dirigentes, disse que “a unidade será um divisor no modo de se praticar agricultura no Sudoeste”.
O prefeito Antonio Cantelmo Neto (PMDB) lembrou os vários encontros e o processo de formatação da UMIPTT, pelo qual foi possível viabilizar a unidade da Embrapa. “Estamos vivendo uma era em que o conhecimento é imprescindível para qualquer atividade; como nossa região é predominantemente agropecuária, nos empenhamos em reunir esforços para trazer para cá uma unidade de produção de ciência e tecnologia no meio rural”, disse o prefeito Neto.
O deputado Assis do Couto (PDT) esteve na linha de frente da aproximação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) com a região. Inclusive, ele indicou uma emenda de R$ 600 mil no Orçamento da União, que ajudará a operacionalizar o projeto. Nos discursos de autoridades, a unanimidade em destacar a importância dessa conquista para o desenvolvimento regional.
Marcaram presença também o deputado federal Osmar Serráglio (PMDB), os deputados estaduais Nelson Luersen (PDT) e Wilmar Reichembach (PSC), o presidente do Iapar, Florindo Dalberto, o vice-reitor da UTFPR, Luis Alberto Pilatti, e o presidente da Amsop, prefeito de Marmeleiro Luiz Bandeira (PP).
Em seu pronunciamento, o deputado Assis destacou a importância do projeto para o Sudoeste, e também para o Brasil, levando em conta que a UMIPTT é um projeto-piloto que a Embrapa pode repetir em outras regiões do território nacional.
“Hoje, o setor agro brasileiro, o agroalimentar, que é toda a produção agropecuária brasileira, que, além de sustentar mais de 200 milhões de bocas, exporta para quase o mundo inteiro. É responsável pelo que nós temos de crescimento na economia ainda. Porque todos os outros setores estão dando para trás. Este setor merece e precisa atenção do estado brasileiro. Colocar um pouco mais de recursos em regiões como esta, em pesquisadores, doutores, é um pouco do que se pode fazer para que este agro brasileiro possa pulsar ainda mais, produzir ainda mais, e aquecer a economia brasileira. Este passo que damos, hoje, é um pouco neste sentido”, afirmou.