APP Sindicato, Hermes Leão, fala a professores do Colégio Reinaldo Sass.
As escolas da rede estadual de ensino de Francisco Beltrão deverão fechar nesta quarta-feira, 26, em função de paralisação sindical dos professores e funcionários. A ação foi decidida em assembleia geral da categoria no dia 8 de novembro, em Apucarana, e é uma resposta à “violência” e truculência com que foram expulsos da Assembleia Legislativa do Paraná os professores que acompanhavam a votação que prorrogou em um ano o mandato dos atuais diretores de escola.
O ato, segundo a direção da APP Sindicato, também é um protesto contra a “atitude antidemocrática do governo Beto Richa [PSDB]”, que, em manobra na Assembleia, modificou a lei 14.231/2003 que versa sobre as consultas às comunidades escolares para escolha dos novos gestores a cada três anos.
As novas eleições estavam marcadas justamente para o dia 26 e, na visão do sindicato, a mudança “fere a legislação e a democracia”.
“Foi um desrespeito, uma medida completamente antidemocrática que o governador e uma parte da Assembleia tiveram com os professores do Estado. Não foi debatido nem em conjunto com os diretores nem com o sindicato. Tem diretor que não participou de nenhuma reunião, ao contrário, toda vez que o tema foi colocado em reunião o governo falou que ia cumprir a lei. Foram feridos vários conceitos da doutrina jurídica, como o de previsibilidade”, afirmou Hermes Leão, presidente da APP Sindicato, em visita às escolas de Beltrão na sexta-feira, 21.
De acordo com Miguel Forlin, presidente do núcleo regional da APP Sindicato, “todas as escolas de Beltrão deverão aderir à paralisação”. O cronograma de matrículas escolares, segundo o professor, não será prejudicado. “As rematrículas dos alunos que já estão estudando nas escolas vai até sexta-feira, 28, e os responsáveis pelos alunos podem procurar as secretarias das escolas até essa data.” Os professores farão ainda a reposição dos conteúdos perdidos pelos alunos durante a paralisação.
Atos em Curitiba e Beltrão
Amanhã, às 9h, os profissionais da educação se reunirão em ato público em frente ao Palácio do Iguaçu, sede do Governo do Estado, em Curitiba. Em Beltrão, a partir das 8h30, professores e funcionários se encontrarão na sede da APP Sindicato, próximo à Unioeste.
Além da modificação da lei de escolha de diretores, considerada uma “violência contra a democracia”, a mobilização sindical é contrária ao “fechamento de escolas, excesso de alunos por turma, falta de pagamento dos avanços na carreira, falta de funcionários, excesso de burocracia na gestão escolar, plano de saúde e falta de novos concursos”.
“A melhora da qualidade da educação passa por essas pautas serem atendidas. Nesse sentido é que a gente pede o apoio e a participação da sociedade em defesa dos professores e funcionários de escola, numa luta que o sindicato faz por uma educação pública de mais qualidade no nosso Estado”, declarou Hermes.
