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Francisco Beltrão
segunda-feira, 16 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

Ex-presidente da Associação dos Motoristas se dedica à agropecuária

A família tem sete aviários de perus que vão ficar parados.

 A família Savegnago é pioneira de Francisco Beltrão. Os irmãos Otenilo, Francisco e Olímpio se dedicaram aos ramos de mecânica, agricultura, comércio e posto de combustível. Há anos atrás, houve a separação da sociedade e seu Otenilo e os filhos ficaram com a fazenda na Linha Gaúcha.
Nesta propriedade, Otenilo e os filhos Ivanir e Ademir cultivam soja, milho e feijão e têm sete aviários de perus. Desde a década de 1980 a família se dedica à produção de aves. Nos primeiros anos do Frigorífico Chapecó, que começou a funcionar em Beltrão em 1983, foi construído um aviário para criação de frangos.
Na década de 90, quando a Sadia – hoje BRF – assumiu o frigorífico de frangos da Chapecó e depois abriu a linha de perus, os Savegnago passaram a alojar perus. “Meu pai já tinha aviários de frangos no tempo da Chapecó, depois, quando chegou a Sadia, eles pediram pra nós mudar pra peru, nós tinha três aviários de frangos, construímos mais quatro e em todos eles colocamos perus”, relata Ivanir.
Como é uma propriedade rural grande e diversificada, a família sempre contou com famílias de trabalhadores.
Os sete aviários são de 1.200 metros que foram reformados no ano passado. Os proprietários estavam apostando na atividade avícola, tanto que em 2017 não alojaram peruzinhos porque os aviários foram reformados.
A pedido da BRF, foram trocadas as coberturas, as muretas e readequadas as cercas ao redor dos aviários. “Então está tudo novo nos aviários”, diz Ivanir, que acrescenta: “tinha mudado as normas deles, então agora tá tudo dentro do padrão da Sadia”. Os proprietários investiram recursos próprios nas reformas e readequações dos pavilhões de perus.
Cada aviário tem capacidade para alojar 3.400 perus grandes. Se for lote de peru de menor porte, podem ser alojados até seis mil cabeças. Em alguns dos barracões foram alojados dois lotes de fêmea e os outros, um lote. Mas nos últimos tempos todos estão desocupados. “De 60 dias pra cá, não alojaram mais, outros faz 90 dias”, relata o produtor rural.
A família foi informada em maio, pela BRF, que haveria a suspensão dos alojamentos. Ivanir diz que “por fora tinha muita conversa”. Mas o produtor diz que a expectativa em relação à atividade era sempre positiva. “A gente esperava sempre o melhor, mas a notícia não foi boa”, relata, sobre a reação quando foi informado da decisão da multinacional.
Diante desta situação, os proprietários estão encaminhando os acertos trabalhistas com as quatro famílias que trabalhavam nos aviários. “Vão ficar só duas famílias que trabalham na lavoura”, informa.
No começo de julho o produtor rural estava na expectativa de fazer o acerto dos valores em haver da BRF.
Em relação ao uso ou troca de integradora, Ivanir afirma que “não tem o que fazer, os galpões, não servem pra outra coisa. Só pra criar peru ou frango, mas pro frango tem que modificar eles, e vai em torno de R$ 200 mil [cada]. A gente também não sabe se a Sadia aceita, então estamos aguardando a resposta definitiva deles”.
A família Savegnago sempre ajudou na organização da Festa dos Motoristas. Ivanir, inclusive, foi presidente da Associação dos Motoristas. “Eu comecei trabalhar na associação bem novo, depois do Ezidio [Salmória], do [Arnaldo Careca] Sabadin, comecei trabalhar com eles, aí três, quatro anos me pediram pra eu ser presidente da Associação, eu fiquei seis anos presidente e sempre ajudando, e depois que acabou meu prazo de presidente eu sempre continuei ajudando, só dois, três anos agora que eu não tô ajudando por causa de saúde, então está difícil pra ajudar” diz.

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