Celebração foi presidida pelo bispo dom Edgar Ertl.
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Dom Edgar Ertl, bispo da Diocese de Palmas/Francisco Beltrão, celebrou a missa na Concatedral, na manhã de quinta-feira.
Fotos – Leandra Francischett/JdeB
Numa das datas mais importantes para os católicos, a celebração de Corpus Christi contou com menos pessoas nas igrejas neste ano, por conta da pandemia. A maioria dos fiéis respeitou as orientações e preferiu acompanhar a missa pelas redes sociais ou ouvir pelo rádio. Dom Edgar Ertl, bispo da Diocese de Palmas/Francisco Beltrão, destacou que essa conduta representa a consciência das pessoas: “Tenhamos fé e coragem, alimentados pelo Senhor, para que cheguemos a um porto seguro”.
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Sobre Corpus Christi, dom Edgar comenta que é a única data em que a “Igreja sai publicamente, quando podíamos, este ano não pudemos, infelizmente, com o Cristo Eucarístico pelas ruas, numa demonstração da nossa fé, do nosso amor e compromisso com Jesus Cristo Eucarístico”.
Esta solenidade visa recordar o compromisso que Jesus deu pelo seu próprio corpo e do próprio sangue. “Comungar o corpo de Cristo significa assumir o seu projeto, assumir o seu Evangelho, a sua própria vida.” Acima de tudo, “a Eucaristia não combina com egoísmo, não combina com concentração, não combina com pecado, não combina com fake news, não combina com polarizações, não combina com guerra e morte. Eucaristia é vida”.
Entre os presentes na Concatedral, na celebração de quinta-feira pela manhã, estava Itor de Lima, que participa do conselho de administração da Concatedral e da Pastoral Familiar. Itor acredita que muitas pessoas se apegam ainda mais na fé diante de situações de insegurança, como os riscos da Covid-19. “Ajuda a passar esse período, ainda mais diante de algo invisível, como vírus.”
A religiosidade aumentou?
“Pode ser que tenha aumentado sim, mas muito mais na individualidade, na intimidade, uma religião mais intimista, porque a expressão religiosa hoje está reduzida às casas. Mesmo que as igrejas com restrições estão abertas, mas nós ainda não temos um público de fiéis conforme os protocolos dos próprios governos. As pessoas estão bastante reticentes. Acredito que sim, haja um crescimento, mas não uma expressão pública, isso veremos depois da pandemia”, responde Dom Edgar.

Karina, com as filhas Kaweni, 7 anos, e Ravini, 1 ano e 11 meses,
ouviu a missa pelo rádio (ao fundo).
Mudança de hábito: comunhão pelo drive thru
Antes da pandemia, muitos tinham o costume de ir à missa todos os domingos. É o caso da família de Carine Prolo Cavanhari, que depois das restrições começou a assistir via Facebook ou ouvir pelo rádio: “Sempre juntos; fazíamos a comunhão espiritual. A ideia do drive thru foi ótima, pois completou o rito para nós. Foi rápido e organizado. A equipe da Concatedral está de parabéns. Nosso filho Maurício tem 10 anos e já fez a Primeira Comunhão, então isso nos motiva a enriquecer a nossa fé através da Eucaristia.” Maurício e a maninha Maria Clara sentem falta de ir à missa, mas os pais têm consciência que não é o momento de expô-los. “Desta forma, as mídias sociais nos auxiliam neste momento.” No ano passado, as crianças tiraram fotos nos tapetes com símbolos religiosos, dispostos nas ruas, feitos por serragem ou tecido, mas neste ano não foi possível fazê-los.
Karina, que estava com as filhas Kaweni, 7 anos, e Ravini, 1 ano e 11 meses, acompanhou a missa pelo rádio, pra respeitar as determinações. Sobre a divulgação nos meios de comunicação, dom Edgar observa: “É impressionante o quanto as pessoas estão acompanhando. Eu, aqui no Sudoeste do Paraná, tenho acompanhado os nossos sacerdotes nas paróquias, as celebrações feitas, inclusive está se fazendo novenas, trezenas, tríduos via rádio e outras redes sociais. A adesão tem sido muito grande, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Tem crescido muito essa religiosidade rezando em casa, digamos assim, mediados pelas redes sociais, rádio e televisão também”.