Hoje odontólogo, ele passou sete anos estudando em Santa Maria, num tempo em que os cursos superiores eram escassos por aqui.

O odontólogo Luiz Furlan, 54 anos, nasceu na Linha Gaúcha, em Francisco Beltrão. Passou apenas sete anos fora, para fazer o curso de Odontologia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ele saiu com 20 anos e retornou com 27 anos, em 1992, já formado. Luiz adora a cidade. “Eu gosto de Beltrão. O que eu tenho eu investi aqui”, diz.
Furlan montou sua clínica de odontologia no Edifício Santa Maria, na Avenida Júlio Assis Cavalheiro. Hoje a clínica conta com mais dois profissionais em odontologia: o filho Willian e a esposa Janaína.
Para Luiz, o advento do ensino superior deu oportunidade de os jovens do município fazer faculdades em Beltrão. A cidade conta com os cursos de graduação do Cesul, Unipar, Unisep, Unioeste e a UTFPR. As opções vão desde as ciências exatas, humanas, sociais aplicadas, biológicas e saúde.
Luiz argumenta que “o que tem que fortalecer é a infraestrutura rodoviária e aérea, a linha aérea (Beltrão a Curitiba), caso se mantenha, vai ligar Beltrão com o mundo”. A vantagem é que as pessoas podem comprar uma passagem com embarque em avião Cessna Gran Caravan da TwoFlex do Aeroporto Paulo Abdala ao Aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba, e dali para os aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e Guarulhos, em São Paulo, que têm voos da GOL e outras companhias para o resto do Brasil e o exterior.
Em termos de linhas de ônibus, hoje a situação é bem melhor. Há 30 anos, quando estudava em Santa Maria, Luiz tinha que pegar dois ônibus para chegar ao destino final. Hoje, com várias empresas de ônibus, tem linha direta até Santa Maria – distante 800 quilômetros daqui.
O odontólogo argumenta que o advento do ensino superior, dos cursos de Medicina e outros “obrigou o pessoal a investir” na cidade.
Luiz é filho de agricultores da Linha Gaúcha. Saía de um município com 60 mil habitantes e ia estudar numa cidade com cerca de 350 mil habitantes. Por ter saído do campo, se dedicado aos estudos, o odontólogo entende que é preciso valorizar a educação. Em sua época não havia muitas opções no ensino superior na região nas décadas de 1980 e 1990. “Estudar é a maneira mais curta de conquistar algumas coisas na vida”, frisa.
Ele está contente com a profissão e com o filho e a nora trabalhando juntos. “Só tenho a Odontologia, só tenho a agradecer a esta profissão, formei meu capital e consegui formar os filhos”, conta. Luiz e a esposa Cláudia tiveram os filhos Willian (odontólogo) e Rubens, estudante de Medicina na FAG, em Cascavel.
Depois de anos, Luiz Furlan voltou a estudar. Atualmente cursa mestrado em Odontologia Pediátrica, na instituição São Leopoldo Mandic, em Campinas (SP).