
Miguel, alagou já no meio da tarde de ontem.
Francisco Beltrão foi o município do Paraná onde mais choveu até ontem à tarde, com 96,2 milímetros, seguido de Pato Branco – 88,8 mm, Santa Helena – 87,4 mm e Foz do Iguaçu – 71,6 mm. Em Francisco Beltrão, durante toda a quinta-feira, 26, a chuva foi de 43,6 milímetros. A previsão é que continue chovendo neste sábado, no domingo o tempo estabiliza e na segunda-feira as temperaturas caem para 7ºC. As informações são do Instituto Tecnológico Simepar, divulgadas por volta das 16h30 de ontem.
Dezenas de famílias foram retiradas das áreas de risco e levadas para abrigos para evitar prejuízos com a enchente. Em diversos pontos da cidade o Rio Lonqueador e os córregos Progresso e Urutago saíram do leito, atingindo moradias e empresas. A Defesa Civil está em alerta desde ontem ao meio-dia e recomenda que as famílias que moram em regiões que alagaram na última enchente, no início do mês de maio, não esperem a água subir para procurar ajuda. O Rio Marrecas, monitorado pelo Corpo de Bombeiros, subiu 4,5 metros até as 16 horas.
A moradora Marlene Carbonera, do bairro Marrecas, não esperou a água bater em sua porta novamente. “Na enchente do mês passado, a água chegou na janela lá em casa, não dá pra ficar esperando”, falou enquanto carregava um colchão de casal para a casa de um familiar. A secretária municipal de Assistência Social, Ana Lúcia Manfroi, diz que desde ontem pela manhã a Prefeitura está atuando em parceria com o Exército Brasileiro para retirar famílias das áreas alagadiças. Segundo ela, os moradores estão sendo levados para os centros comunitários dos bairros Industrial, Marrecas e para o Ginásio Sarará, na Cidade Norte. “Nós estamos orientando que as pessoas já levem para estes abrigos suas roupas, cobertores e colchões e a alimentação será fornecida. As pessoas têm que ter consciência que o rio vai subir mais e é mais seguro sair de casa neste momento.” Além disso, muitas empresas emprestaram caminhões para transportar móveis, eletrônicos e roupas.
De acordo com o Simepar, o aprofundamento de uma área de baixa pressão atmosférica sobre o Paraguai mantém o ambiente atmosférico favorável para as chuvas contínuas e com volumes elevados nas regiões Oeste, Sudoeste e Centro-Sul do Paraná. Além disso, o ar quente que vem da região Centro-Oeste do Brasil para o Estado ajuda a instabilizar ainda mais a atmosfera, e auxilia na manutenção das tempestades. A técnica em metereologia, Vanessa Dávila, afirma que uma frente fria estacionou entre Santa Catarina e Paraná.
Muro desabou de novo
Em agosto de 2010, parte do muro de arrimo do Rio Lonqueador, atrás do Complexo Esportivo Arrudão, tinha desabado. Ontem, em decorrência do alagamento causado pelas fortes chuvas, novamente um pedaço do muro caiu, só que desta vez do outro lado do rio. O muro de proteção fica entre as ruas Curitiba e Tenente Camargo. A Prefeitura terá que esperar a água baixar para mensurar os estragos e refazer o muro. Algumas pessoas que moram nas proximidades acreditam que em torno de 25 metros de muro tenham caído.

Foto da ponte entre os bairros Presidente Kennedy e Cango.