O País asiático é o novo comprador de cortes que não são tão valorizados por aqui.

Primeiros contêineres com frango destinado ao mercado chinês foram carregados nesta semana; equipe da cooperativa celebra a parceria para exportação.
Foto: Divulgação/Coasul
Nesta semana saíram os primeiros contêineres da Coasul de São João em direção à China. No mês passado a cooperativa conquistou a habilitação para exportar frango ao País asiático e já está enviando as primeiras encomendas. “Nós estávamos com tudo preparado – os clientes com pedidos feitos, as embalagens prontas, a análise documental em dia – aguardando essa liberação”, explica o gerente da Divisão Industrial da Coasul, Paulo Roberto Fachin.
O processo de habilitação do frigorífico para fornecer carne à China iniciou em 2013 e por ser uma planta nova e moderna, a unidade atendeu de forma satisfatória os asiáticos. Há dois anos, uma comitiva chinesa esteve em São João visitando o frigorífico e há alguns meses a direção da Coasul fez uma reunião por videoconferência com o Ministério da Agricultura de lá para acertar os últimos detalhes da habilitação.
Agora, cerca de 30 a 40 cargas de carne por semana serão destinadas à China. A abertura desse novo mercado é comemorada pela cooperativa, porque os chineses pagam bem por cortes que não são tão valorizados no Brasil. “Basicamente vamos exportar pé, caneca e meio e ponta da asa, cortes que são muito procurados pelos chineses”, diz Paulo. Até então, estes tipos de corte eram enviados a Hong Kong, que pagava a metade do preço pelo qual a China compra atualmente.
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A Coasul mantém aberto mercado em outros países, como o México, Japão, Chile, Dubai, Suiça, Singapura e União Europeia. A estratégia, segundo Fachin, é ter mais alternativas de comércio num momento de instabilidade da economia mundial. “O mundo, hoje, está em guerra comercial constante e nesta briga nunca sabemos qual será o próximo capítulo. Por isso entendemos que quanto mais portas abertas tivermos, maiores nossas chances de absorver mudanças e migrar a produção para outros países”, analisa.
E novos mercados ainda podem ser explorados pela cooperativa, que agora pleiteia a exportação para a Coreia do Sul. Nesta semana, uma comitiva do País esteve no frigorífico; eles querem comprar coxa e sobrecoxa desossada.