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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Grupo da Unioeste chama atenção para violência doméstica escondida no cotidiano

Com instalações na Unioeste, grupo mostra que a violência doméstica é uma realidade que mata 13 mulheres por dia, mas acaba esquecida pela sociedade.

 

Simulação de cena de violência doméstica busca chamar atenção a esse tipo de crime.
Fotos :Rubens Anater/JdeB

Uma mulher está caída em uma poça de sangue, ao lado de uma caneca quebrada – arma improvisada do crime. O marido a observa, no meio de uma sala de estar normal, com um sofá, tapetes, louças e porta-retratos que declaram amor eterno, mas que se acabou, vítima do tipo de crime que mata 13 mulheres por dia – a violência doméstica.

Nesse caso, marido e mulher são manequins. A sala de estar, tão comum, é uma simulação, instalada em um espaço improvisado no meio da Unioeste de Francisco Beltrão. Não é uma cena real, mas não deixa de ser verídica, como uma mostra do que acontece em muitas casas em todo o Brasil – inclusive no Sudoeste do Paraná.
“A violência doméstica não acontece em lugares diferentes. Ela acontece em casas normais, em locais em que a gente vive, e nós queremos que as pessoas tenham essa consciência e fiquem atentas a isso”, afirma Jéssica Barancelli, advogada no grupo de apoio jurídico e educativo para mulheres da Unioeste, o Núcleo Maria da Penha (Numape).
O Numape é um grupo de professores e alunos da Unioeste que dão apoio jurídico a mulheres que sofrem com violência doméstica e também levam informações para grupos de mulheres e para escolas, de forma a educar e prevenir esse tipo de violência. Segundo Jéssica, esse é o objetivo da instalação, que está na universidade desde segunda-feira.
Além da sala, o Numape instalou também dois murais em um ponto de grande tráfego de pessoas na universidade. Um deles mostra fotografias de mulheres assassinadas em situações de violência doméstica – muitas cuja morte poderia ter sido evitada por uma implantação eficiente da Lei Maria da Penha. O que, de acordo com o grupo, muitas vezes não acontece por indiferença da justiça e da sociedade, que ignora a dimensão dos casos de violência contra a mulher. 
O outro mural traz a informação de que mais de 500 mulheres são vítimas de agressão física a cada hora no Brasil. Acompanhando isso, o grupo colou no banner 503 nomes de mulheres, para dar uma identidade a esse número. “Os números são sempre chocantes, mas quando eles são acompanhados pelo nome de alguém que você conhece, de alguém da sua família que pode também fazer parte dessa estatística, o impacto é maior”, comenta a advogada.
Ela relata que o impacto tem sido positivo. “Está tendo bastante atenção. O pessoal está parando para ver. Teve gente que se emocionou bastante ao ver a casinha, que se chocou ao ver o nome reproduzido ou ler histórias cruéis representadas. 
Nossa intenção agora é reproduzir essas instalações em outros lugares”, conta Barancelli. As instalações ficarão na universidade até sexta-feira.

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