Um dos gargalos está no aumento das gratuidades: no ano passado, 37% dos usuários tiveram passe livre ou pagaram meia tarifa.
A redução no número de passageiros e a ampliação das chamadas gratuidades a idosos, deficientes e estudantes são os principais gargalos que devem fazer com que a Guancino tenha um rombo de R$ 1,8 milhão neste ano. A estimativa foi informada pelo administrador da empresa, Muran Almeida, durante entrevista à Rádio Onda Sul, sábado, 22, pela manhã.
Segundo Muran, os proprietários da Guancino já precisaram aportar R$ 4,5 milhões nos últimos quatro anos, desde que o novo modelo de operação do transporte coletivo passou a vigorar em Francisco Beltrão. Na época da elaboração do contrato, a demanda prevista era de 2,6 milhões de passageiros por ano, mas, em 2019, pouco mais de 1,8 milhão de pessoas utilizaram o serviço. No mesmo período, as gratuidades saltaram de 5 mil ao mês para 40 mil — boa parte impulsionada pela inclusão de idosos a partir de 60 anos com direito ao transporte gratuito.

“Fechamos o ano passado com 37% de gratuidades, um número expressivo. Não discuto a importância desse passe livre para algumas classes, mas não há nenhuma contrapartida para compensar esses subsídios, estão jogando o valor da tarifa nas costas de quem realmente paga a passagem”, aponta Muran, dizendo que está buscando dialogar com vereadores e a Prefeitura para tentar equilibrar os interesses da empresa e do poder público.
No fim do ano passado, a Guancino solicitou o reajuste anual à Prefeitura sugerindo uma tarifa de R$ 4,38 (20% superior à atual, de R$ 3,65), alegando necessidade de reequilíbrio econômico e financeiro do contrato. A questão ainda é estudada pela Prefeitura e deve ser apreciada pelo Conselho Popular.
Muran alega que a empresa continuará seguindo as obrigações impostas pelo contrato — que prevê novos ônibus neste ano —, mas que a ampliação e adequação de linhas e rotas deve ser estudada.