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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Índice de descarte de recicláveis chega a 40%

Estes rejeitos coletados pelo programa Cidade Limpa vão para o aterro sanitário.

Isopor e alumínios sujos não servem como material reciclável. O índice de lixo reciclável que acaba no aterro sanitário é de 40%, por falha na seleção.

E ainda tem os catadores clandestinos que prejudicam o trabalho do programa Cidade Limpa. 

Fotos – Flávio Pedron/JdeB

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O Programa Cidade Limpa de coleta seletiva em Francisco Beltrão é referência para muitas cidades. Grande quantidade de produtos recicláveis são recolhidos pelos caminhões da Cooperativa de Reciclagem (Marcop), que mantém convênio com a Prefeitura para a execução deste serviço no perímetro urbano. Apesar do bom trabalho, muitos resíduos são colocados junto com as embalagens retornáveis e acabam descartados no aterro sanitário.

No processo de triagem, os trabalhadores têm que separar o lixo reciclável e o reciclável contaminado ou sujo. A Marcop coleta uma média mensal de 120 a 130 toneladas de recicláveis. João Neves, presidente da cooperativa, relata que aproximadamente 25% do lixo recebido vai para descarte no aterro sanitário – caminhões da Prefeitura levam estes resíduos. Mas o diretor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Vilmar Rigo, salienta que o índice de descarte chega a 40%. Toda semana pelo menos duas cargas de produtos que não podem ser reciclados são carregados por caminhões da Prefeitura e levados para o aterro sanitário. Este tipo de lixo é colocado como domiciliar já que não pode ser reaproveitado.

Muitas pessoas colocam nos sacos de reciclagem recipientes com restos de comida, embalagens sem lavar ou limpar – copos de café ou marmitas –, fraldas de bebê, roupas velhas e outros que não podem ser reaproveitados. “Colocam de tudo”, diz o presidente da Marcop. Esta prática, errada, resulta num trabalho em dobro para as pessoas que fazem a triagem dos materiais que chegam à sede da cooperativa.

O acúmulo de produtos que acabam rejeitados se deve também ao desconhecimento de pessoas sobre o que pode ou não ser reciclado. Pacotes coloridos, mesmo que de plástico, como as embalagens de ração, ou papel laminado que embalam salgadinhos não podem ser reciclados. Isopor e outros produtos usados na construção civil, sujos de cimento, não podem ser colocados para reciclagem.

Um outro comprador de produtos recicláveis da Cidade Norte contatado pelo JdeB diz que também enfrenta o mesmo problema. Na empresa dele, de tudo o que é coletado por dois caminhões, 40% é aproveitado e 60% separado como resíduo.

A Associação dos Catadores de Produtos Recicláveis (Ascapabel) depois de 22 anos deixou de fazer o serviço para a Prefeitura de Beltrão. Joel Ferreira, presidente da entidade, diz que os produtos recicláveis são comprados de carrinheiros e de empresas locais. O material é reunido e enviado para as indústrias de reciclagem. Conforme o presidente, a associação já recebe os materiais em boas condições e não há descarte.

Mas ao JdeB o diretor da Secretaria de Meio Ambiente informa que da associação também são recebidos resíduos no aterro sanitário.

Joel diz que na época que a Ascapabel fazia a coleta, até o ano passado, a quantidade de resíduos não era tão grande porque havia campanhas de esclarecimentos em escolas e a divulgação de mensagens nos veículos de comunicação.

Na próxima semana o JdeB continuará abordando aspectos ligados à coleta seletiva no município.
– Clandestinos prejudicam o serviço da Marcop
– Lixo reciclável emprega pelo menos 300 pessoas em Beltrão
– Setor de coleta seletiva terá pelo menos duas mudanças

Copo e marmita de isopor e alumínio, sujos, não podem ser enviados para reciclagem.

As pessoas devem lavar estes objetos.

 

As pessoas precisam ser mais conscientes

 O presidente da Marcop, João Neves, defende que é preciso mais conscientização quanto à separação dos tipos de lixo. Há pessoas que comem em marmitas de alumínio ou isopor, depois colocam as embalagens sem limpar nos sacos de lixo reciclável e acham que estão fazendo a coisa certa. O correto é lavar estas embalagens para que elas possam ser reaproveitadas, caso contrário serão descartadas como resíduo.

João relata que a Secretaria de Meio Ambiente tenta reeducar as pessoas para que façam a separação correta, tem programas de orientação e são expostas informações nas emissoras de rádio, “mesmo assim o pessoal não se conscientiza”. Na próxima semana a Secretaria Municipal de Meio Ambiente deve ter uma reunião com a administração municipal para discutir algumas questões sobre o programa, entre elas uma maior conscientização da comunidade sobre o que deve e não deve ser encaminhado para a reciclagem.

Lúcio, da Marcop, mostra produtos enviados para reciclagem e são descartados.

Ao fundo, BAGs cheios de rejeitos que vão para o aterro sanitário.

 

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