Esta tecnologia utilizada é 30 vezes mais precisa que o GPS, pois o software é integrado.
O Índice de Isolamento Social, criado pela In Loco, empresa atuante com tecnologias de geolocalização, caiu em Francisco Beltrão de 78%, em 22 de março, para 43% no dia 25 de abril. O acompanhamento é feito a partir de uma base de dados com mais de 60 milhões de dispositivos móveis (celulares) em todo o Brasil. Ela permite mapear a movimentação de pessoas dentro de regiões específicas e medir quais apontam maior distanciamento social, porém, respeitando a privacidade de cada usuário.
Segundo a assessoria da empresa, a tecnologia é 30 vezes mais precisa que o GPS, pois a unidade de software da In Loco é integrada em aplicativos de parceiros para fins de segurança, autenticação e contagem de visitas a estabelecimentos. A única informação coletada dos dispositivos móveis é a sua localidade.
Tanto governo estadual quanto municipal estão flexibilizando a retomada de atividades aos poucos. Em Francisco Beltrão o comércio foi reaberto dia 13 de abril. Nesta segunda-feira, 27, academias e templos religiosos puderam voltar às atividades. Todos os estabelecimentos devem adotar protocolos de prevenção, evitando entrada de clientes sem máscaras e disponibilizando álcool em gel nos acessos principais.
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Média era menor
Antes de se adotar o isolamento social, Francisco Beltrão mantinha uma média de pessoas em suas residências entre 15% a 20%, durante os dias de semana, e de até 30% em domingos. Depois do isolamento social, o menor índice de pessoas em casa no município foi registrado no dia 13 de abril com 32% dos moradores em seus lares. Os domingos são os dias em que há maior índice de habitantes em suas casas, de 40% a 65%.
Para compor o Índice de Isolamento Social, essas informações são criptografadas e agregadas por bairro, tornando-se dados estatísticos que preservam a privacidade das pessoas. Feito isso, os dados passam a indicar a movimentação desse grupo de pessoas dentro dos bairros. Desta forma, um baixo percentual de isolamento representa um grande número de pessoas entrando ou saindo de determinado bairro ou região.
Quando o governador Ratinho Júnior decretou o isolamento social no Paraná havia 60 casos confirmados da Covid-19 e 1.519 suspeitas em investigação. O último informe da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), de 28 de abril, apontou 1.271 pessoas confirmadas com a doença, destas 851 estão recuperadas e liberadas do isolamento, além de 77 que morreram por consequência da Covid-19.
Como funciona
A assessoria da In Loco informa que a tecnologia foi desenvolvida para respeitar a privacidade das pessoas. Isso significa que a empresa não consegue identificar diretamente os usuários dos smartphones mapeados. “A única informação coletada é a localidade do aparelho, por meio de sensores presentes nos smartphones, como Wi-Fi, Bluetooth, GPS, entre outros. Portanto, não temos acesso aos dados de identificação civil como nome, RG, CPF e endereço de e-mail, por exemplo”, explica André Ferraz, CEO da In Loco.
No caso do Índice de Isolamento Social, os relatórios enviados para os órgãos públicos e autoridades contém apenas dados cartográficos e estatísticos. Neles é possível ver o percentual de pessoas que não se deslocaram de seus bairros. Todos os dados coletados são agregados e pseudonimizados (tratados). Toda a captação de dados segue as recomendações da Lei Geral de Proteção de Dados, do Marco Civil da Internet e de outras regulações vigentes no momento.
Próximos passos
A In Loco está trabalhando na construção de outras soluções para ajudar a conter a crise da Covid-19. Uma delas é o mapeamento de aglomerações. Já é possível identificar quando um grande número de pessoas se reúne em determinada localização. Essa informação pode contribuir para intensificação de medidas de dispersão. A Polícia Militar do Paraná está adotando medidas educativas em Francisco Beltrão e demais municípios da região. Onde há aglomeração de pessoas, elas são orientadas a dispersar ou ir para casa. Em todo o Estado está obrigado o uso de máscaras.