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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

José Célio fez carreira viajando para Argentina e Paraguai

Dos caminhões-pipa para as carretas de transporte de ovos e pintainhos. Do sertão de Pernambuco para o Sudoeste do Paraná. Foi a troca que o motorista José Célio Barbosa fez em 1994.

Até então, ele trabalhava na terra-natal, Águas Belas, levando água para regiões de seca. Impressionado com o encanto de dois primos por Francisco Beltrão, que foram morar no município, resolveu seguir o mesmo caminho dos parentes. Chegou, assentou família e jamais foi embora.

Aposentado desde 2008 por conta de um problema de saúde, José Célio segue envolvido com a profissão de motorista: presta colaboração voluntária no Sitrofab. Foto: Juliam Nazaré

Ao chegar foi contratado pela Gralha Azul, empresa de transportes, em 1995. Durante 13 anos, fez fretes por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. E embora diga que toda viagem é diferente, as que mais lhe marcaram foram para o exterior: Argentina e Paraguai. Nos dois países, impressões e sentimentos diferentes.

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José lembra com saudade das idas para La Plata (ARG), de onde voltava carregando maçãs e peras. “Na Argentina era muito bom. É um país de gente educada, bom para se trabalhar. Tinha alguma dificuldade com a polícia, que implicava com qualquer coisa do caminhão. Era preciso, praticamente, ter dois para-choques.”

Na terra guarani, a situação era mais tensa e sem grande satisfação, conforme relata. “Era difícil quando ia para os lados do Paraguai. Tu chega lá, a polícia perturba, o trânsito é caótico.”

Aposentadoria e atuação no Sitrofab


Em 2008, com problemas de saúde, José se aposentou. “Parei por conta de um problema na coluna. Nunca mais voltei a dirigir caminhão. Até sinto vontade, mas não posso ficar muito tempo sentado.

Mas como alguém que a vida toda se dedicou aos caminhões, Célio não conseguiu se desvencilhar do ramo. Hoje, ele faz uma atuação voluntária no Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Francisco Beltrão (Sitrofab) que, além do município que empresta o nome à entidade, atende a motoristas de nove cidades da região: Ampere, Barracão, Eneas Marques, Marmeleiro, Pranchita, Renascença, Salgado Filho, Santo Antônio do Sudoeste e Verê.

Ele faz parte de uma reformulação do Sitrofab, que busca angariar um número maior de sócios oferecendo mais benefícios. “Fazemos sorteios toda a semana de um vale-gás e um vale-compras de mercado. Temos descontos em postos de gasolina, mecânica, farmácia, fisioterapia, laboratórios, lava-car, entre outros.Temos mais de 300 sócios, mas a maioria dos motoristas não são associados, ainda.”
O Sindicato representa, além de caminhoneiros, motoristas de outras classes, como ônibus e comércio de varejo.

De longe da estrada, José Célio observa o panorama para a profissão de caminhoneiro. “Parece difícil. As empresas cobram cada vez mais. Para você trabalhar, precisa de muitos itens. O salário cai cada vez mais, não têm um aumento real, então muitos desgostam da profissão. A rodovia tem muito transtorno. A população cresceu e isso gera mais fluxo na estrada. É estresse.”

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