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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Lixo reciclável emprega pelo menos 300 pessoas

Há uma disputa pelos produtos recicláveis de residências e das empresas.

Dona Marilene trabalha por produção na Marcop.

A coleta de lixo reciclável começou informalmente em 1996, com a criação da Associação dos Catadores de Produtos Recicláveis (Ascapabel) e a entrega de carrinhos de coleta, numa iniciativa da Prefeitura, órgãos públicos, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Paróquia Nossa Senhora da Glória. Passados 23 anos, Vilmar Rigo, diretor da Secretaria de Meio Ambiente, estima que pelo menos 300 pessoas atuam hoje, neste segmento, entre trabalhadores informais e com registro em carteira. A Ascapabel tem 28 funcionários que fazem a coleta, triagem e outros serviços, uma entidade/empresa do Jardim Itália tinha 20 empregados em maio e a Marcop (Cooperativa de Reciclados) conta com 54 cooperados que trabalham nos diversos setores da coleta e triagem e carregamentos. No Bairro Sadia trabalham mais 50 pessoas num barracão cedido pela administração municipal para o serviço de recebimento e triagem de embalagens da Cidade Norte, que abrange 20 mil moradores. No bairro Luther King, a Ascabel e a Marcop dividem dois barracões cedidos pela Prefeitura, no Bairro Luther King. Desde o ano passado, a Marcop é a responsável pela coleta seletiva depois de vencer a concorrência pública para a realização do serviço pelo programa Cidade Limpa, em 2018. Em agosto de 2019, o contrato entre a cooperativa e a Prefeitura foi renovado por mais 12 meses. A Marcop tem 54 pessoas trabalhando – a maioria mora no Assentamento Terra Nossa –, e recebeu cinco caminhões em comodato da Prefeitura para fazer o serviço. Nos caminhões de coleta são 20 pessoas e no setor de triagem de 32 a 34 pessoas.

Trabalho na Marcop
Dona Marilene Vais, moradora do Bairro Padre Ulrico, ficou dois anos desempregada. Anteriormente havia trabalhado numa empresa avícola e numa associação de reciclagem. Há sete meses passou a trabalhar, pelo sistema de produção, na triagem do lixo na Marcop. Ela diz que o trabalho “tá bom”. A trabalhadora mora com a filha de 17 anos, que só estuda. Diante da pergunta do repórter como faz para se manter todo mês, ela diz que “a gente dá um jeito”. Ela não recebe ajuda governamental para o sustento pessoal dela e da filha. O salário vem da sua produção semanal da triagem do lixo na esteira da Marcop. Ali, outras mulheres e homens também fazem o mesmo serviço. Depois, os produtos selecionados são prensados para serem enviados às empresas de reciclagem. Dona Marilene confirma que muito produto que chega e passa pela triagem é descartado. “É bastante”, reconhece. Na edição de sábado, dia 19, reportagem do Jornal de Beltrão mostrou que pelo menos 40% do que vai para a cooperativa acaba sendo descartado como resíduo no aterro sanitário. É lixo sujo ou que não pode ser aproveitado como reciclável.

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