17.3 C
Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

ENTREVISTA DA SEMANA

Lurdinha Bertani, de auxiliar de cinema a vice de Beltrão

Lurdinha Bertani sendo entrvistada por Adolfo e Julian. FOTO: Assessoria.

Por Adolfo Pegoraro – Pela primeira vez em 72 anos de história, Francisco Beltrão tem uma mulher no cargo de vice-prefeita: Maria de Lourdes Bertani, a Lurdinha, que nesta semana participou da “Entrevista da Semana”, um podcast que fica disponível no YouTube do Jornal de Beltrão, que conta história de personagens da região Sudeoste do Paraná.

Para quem não sabe, a primeira profissão de Lurdinha foi auxiliar de bomboniere, vendendo doces no Cine Guarani, de Pato Branco, sua terra natal. Ela é filha de Angelina e Irineu Bertani, pioneiros de Pato Branco, que chegaram para morar no município em 1947, quando ainda pertencia a Clevelândia. Inclusive, Irineu Bertani é nome de rua em Pato Branco, pois foi um comerciante muito ativo na sociedade, sendo fundador de várias entidades e partidos políticos. Irineu e Angelina tiveram sete filhos: Elena, Rosi Mari, Marinês, Maria de Lourdes, Nelson, Osmar e Leandro.

Maria de Lourdes explica o motivo do apelido Lurdinha: “Eu sou a única da família que tem dois nomes, meu pai dizia que não podia ser nome grande, porque na hora da assinatura ficava complicado. Aos sete anos de idade, eu fui interna no colégio em Chopinzinho, todos os meus irmãos também passaram pelo internato. Para os meus pais, tinha que dar sempre a melhor educação aos filhos. Na época, pra eles, a melhor educação seria o internato. E lá em Chopinzinho tinha uma outra Maria de Lourdes, que tinha 12 anos. Aí como eu era mais nova, tinha 7 anos, fiquei conhecida como Lurdinha. E eu gosto até hoje de ser chamada de Lurdinha”, disse a vice-prefeita, que mora em Francisco Beltrão desde 1981: “Quando eu terminei o meu ensino médio, em 1976, eu fiz o comercial à noite e o científico de manhã, sempre gostei de estudar. Aí veio a possibilidade de fazer o vestibular e passei, estudei um ano em Ponta Grossa, aí em 1978 eu comecei a cursar Economia Doméstica em Francisco Beltrão. Em 1981, eu recebi o convite do professor Carlos Maes e da professora Sílvia Kramer, da Facibel, pra vir lecionar na faculdade e trabalhar durante o dia na secretaria da faculdade. Então eu estou morando desde final de janeiro de 1981. Depois fui professora da Facibel até o ano de 2000, fui coordenadora do curso. Na transição da Unioeste, eu fui a primeira diretora na transição”, recorda-se. Depois, ela ainda foi diretora do Colégio Agrícola, trabalhou na cooperativa Confrabel, foi por quase 17 anos diretora do Colégio Estadual Tancredo Neves, na Cidade Norte, também Secretária de Educação do prefeito Wilmar Reichembach e, mais recentemente, chefe do Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão.

- Publicidade -

História no Cine Guarani

Lurdinha lembra dos tempos em que trabalhou no Cine Guarani, em Pato Branco: “A gente cresceu muito indo ao cinema. No Cine Guarani, que era exatamente em frente à casa dos meus pais, casa que ainda está lá até hoje, foi meu primeiro emprego. O cinema era de pessoas ligadas à minha família, a minha mãe trabalhava no bomboniere (espaço para venda de lanches), minha irmã trabalhava na venda de ingressos e eu ajudava minha mãe a vender os doces e também ajudar a rebobinar as fitas dos filmes, eu tinha 15 anos. Os donos do cinema me pagavam da seguinte forma: como antes do filme, tinha sempre as propagandas, então eu era responsável pra ir cobrar as publicidades, aí eu ganhava uma porcentagem daquele dinheiro e uma parte do meu pagamento era um curso de inglês que ganhei. E eu tenho muito orgulho disso, porque sempre gostei de cinema e consegui passar para os meus filhos isso, tanto que minha filha é mestre em literatura e cinema.”

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques